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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou o afastamento do diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da pasta, após a polêmica dança erótica do “batcu” em um evento. Em vídeo publicado nas redes do Ministério, neste sábado (7/10), Nísia ainda se desculpa e diz que foi “surpreendida pelo episódio”.
“Naquele momento, eu estava em uma importante agenda nas cidades de Diadema e Mauá, em São Paulo, para o fortalecimento do sistema de saúde local, como venho fazendo em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, comecei a apurar responsabilidades pelo ocorrido. Hoje, diante da gravidade do fato, foi afastado o Diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, que assumiu integralmente a responsabilidade pelo que aconteceu.”
O diretor do departamento era Andrey Roosewelt Chagas Lemos, doutorando no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestre em Políticas Públicas em Saúde pela Fiocruz.
A apresentação erótica aconteceu durante o 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde, promovido pelo Ministério da Saúde. O material foi gravado na quinta-feira (5/10), segundo dia do evento, que se estendeu até esta sexta-feira.
No palco, uma dançarina apresenta performance enquanto outra pessoa canta. A coreografia, no entanto, não parece ter qualquer relação com o tema do evento. O encontro buscava debater a implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) no Brasil.
Nas imagens divulgadas, é possível ver a dançarina rebolando ao som da música “Batcu”, de Aretuza Lovi, com participação de Valesca Popozuda. A apresentação foi usada pela oposição para atacar o governo nas redes sociais.
A ministra Nísia Trindade destacou ainda que foi criada, “imediatamente”, uma “curadoria para evitar que circunstâncias semelhantes ocorram nos próximos eventos da pasta”.
Ministra condena “batcu”
“Infelizmente, eu fui surpreendida pelo episódio de ontem e venho, por meio desse vídeo, me desculpar muito sinceramente pelo ocorrido e reiterar o compromisso do Ministério da Saúde de que seus eventos reflitam a conduta e a orientação da Pasta da Saúde e do Governo liderado pelo presidente Lula”, finalizou a ministra.
Segundo relatos, integrantes da Secom argumentaram que o episódio não poderia ser tolerado, sob risco de dano à imagem do governo, assim como a recente polêmica envolvendo uma então assessora da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A cobrança da Secom surtiu efeito. No início da tarde de sexta, o Ministério da Saúde soltou uma nota admitindo que a coreografia foi “inapropriada” e que não refletia a política da pasta. O órgão chamou ainda o fato de “episódio isolado”.