Barroso diz que IA no Judiciário brasileiro é questão de sobrevivência
Segundo o presidente do STF e do CNJ, nenhum lugar do mundo tem 83,8 milhões de processos em tramitação e a IA ajudaria nesse volume
atualizado
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O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (25/9), que, diante da quantidade de processos judiciais que correm na Justiça brasileira, o uso da inteligência artificial (IA) no Judiciário é uma questão de sobrevivência.
“A preocupação que temos de regular o uso da IA no sistema de Justiça se dá porque estamos utilizando a IA à frente de todos. Nenhum país do mundo está investindo tanto tempo e energia em construir ferramentas que permitam sua utilização pelo Poder Judiciário. Mas nenhum lugar do mundo tem 83,8 milhões de processos em tramitação”, disse Barroso.
O ministro lembrou que somente o STF tem 90 mil ações para julgamento. “Para nós, a IA é uma questão de sobrevivência para o funcionamento adequado do Judiciário, produzindo decisões a tempo e a hora”, analisou.
Barroso participou, nesta quarta-feira (25/9), da conferência magna da audiência pública sobre a regulação de inteligência artificial no Poder Judiciário, na sede do CNJ. O evento segue até a sexta-feira (27/9) com debates sobre a regulamentação proposta pela CNJ para o uso de sistemas baseados em IA pelos tribunais brasileiros.
Inovações
O presidente do STF ressaltou que o uso da IA pode ser comparado ao de momentos que mudam a história da humanidade, como a descoberta da eletricidade, da escrita e as inovações da medicina, como o antibiótico, as vacinas e a anestesia.
“A IA generativa tem capacidade de se comunicar por fala, sons e imagens, tratando-se de um potencial transformação na difusão do conhecimento. Estamos vivendo ou prestes a viver um momento revolucionário”, disse.