Barroso defende urnas eletrônicas e se esquiva de perguntas sobre Bolsonaro
Presidente do TSE participou de teste de integridade das urnas eletrônicas e disse que “é fantasia achar que haja fraude”
atualizado
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Como parte da estratégia de dar mais transparência ao processo eleitoral e explicar como funcionam as urnas eletrônicas, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou neste domingo (12/9) no Rio de Janeiro de um teste de integridade do equipamento usado na votação e depois respondeu a perguntas de jornalistas.
Para Barroso, “é fantasia achar que haja fraude” no processo de contagem de votos, uma alegação feita com frequência pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “O sistema é absolutamente seguro, está em aplicação desde 1996 e jamais se documentou qualquer tipo de fraude”, disse ele.
“É fato que criou-se, na minha visão artificialmente, numa pequena minoria da população, algum grau de desconfiança”, admitiu, porém, o presidente do TSE, mas sem citar Bolsonaro nominalmente. “As instituições públicas devem ser responsivas a demandas da sociedade, porém, e é por isso que estamos aumentando a transparência”, completou Barroso.
Quando as perguntas eram sobre ofensas que o presidente tem feito a ministros do STF e do TSE, tendo Barroso como um dos principais alvos, o presidente do TSE tentou se esquivar. “Estou aqui para tratar do processo eleitoral brasileiro, demonstrar sua lisura. As questões pessoas eu trato com a absoluta indiferença que acho que merecem”, respondeu a uma jornalista.
Sobre a ameaça, até agora não cumprida, de que Bolsonaro pediria seu impeachment ao Senado, como fez com o ministro Alexandre de Moraes (e foi derrotado), o presidente do TSE também não respondeu diretamente. “Isso se insere no domínio da política, não é matéria para eu comentar. Existe um procedimento específico, disciplinado, e cabe ao Senado apreciar se isso acontecer. Sou um juiz, lido com fatos objetivos”, afirmou Barroso.
Segurança das urnas
Barroso falou sobre os esforços para dirimir dúvidas da população em relação a como funcionam as eleições e lembrou da criação da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e do Observatório da Transparência das Eleições (OTE) para, “ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas de preparação e realização das eleições”.
“Temos total confiança no sistema, mas estamos aumentando a transparência para desfazer qualquer dúvida que possa existir”, disse o ministro. “Essa comissão é para que todos os passos, desde desenvolvimento do programa até totalização, possam ser acompanhados por partidos, observadores, Ministério Público, OAB…”, completou o presidente do TSE.