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Barroso acolhe pedido da PGR e manda soltar amigos de Temer

Eles foram presos durante a Operação Skala e os mandados venceriam na segunda (2/4). Objetivo foi cumprido, diz decisão

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DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Ministro STF Teori Zavascki – Brasília, DF – 16/03/2016
1 de 1 Ministro STF Teori Zavascki – Brasília, DF – 16/03/2016 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e revogou neste sábado (31/3) as 13 prisões da Operação Skala, que levou à carceragem da Polícia Federal, entre outras pessoas, dois amigos do presidente Michel Temer (MDB): o advogado José Yunes e o coronel da reserva da PM João Batista Lima.

Como justificativa, a PGR destacou que o objetivo da operação já foi cumprido. Ou seja, as medidas de busca e apreensão e as detenções autorizadas pelo relator do inquérito foram todas realizadas – com exceção de três pessoas em viagem ao exterior. As prisões temporárias dos alvos da operação terminariam segunda-feira (2/4).

O magistrado concordou com os argumentos e autorizou a soltura de todos. Com relação aos três alvos que estão fora do país, a defesa entrou em contato com a PGR e se comprometeu a levar os clientes para prestarem depoimento à Polícia Federal tão logo eles chegarem de viagem, lembrou Barroso. O inquérito dos portos foi instaurado em setembro de 2017, a partir de revelações e provas colhidas em acordos de colaboração premiada.

Operação Skala

A Operação Skala foi deflagrada na quinta-feira (29), no âmbito do inquérito que apura possíveis irregularidades na edição do Decreto dos Portos. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou possível brecha para o governo federal beneficiar empresas com contratos mais antigos porém não regulamentados.

Além disso, o decreto ampliou de 50 para 70 anos o tempo das concessões portuárias. Entre as companhias beneficiadas, estaria a Rodrimar, que, atualmente, explora três áreas no Porto de Santos, em São Paulo, mantidas por liminares da Justiça. Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, e Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, também estão na mira da Skala.

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O advogado José Yunes, ex-assessor e amigo pessoal do presidente Michel Temer (MDB), foi o primeiro a ser preso
O coronel aposentado da Polícia Militar de SP João Batista Lima é um dos detidos na operação da PF
Dono da Rodrimar,  Antônio Celso Grecco também está preso. Ele é investigado por suposto recebimento de propina
Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, é outro alvo da operação Skala
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Movimentação na sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro (RJ), durante a Skala, deflagrada na manhã dessa quinta-feira (29). A operação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário em troca de suposto recebimento de propina

JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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O advogado José Yunes, ex-assessor e amigo pessoal do presidente Michel Temer (MDB), foi o primeiro a ser preso

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O coronel aposentado da Polícia Militar de SP João Batista Lima é um dos detidos na operação da PF

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Dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco também está preso. Ele é investigado por suposto recebimento de propina

Reprodução/Grupo Rodrimar
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Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, é outro alvo da operação Skala

Reprodução/Agência Brasil

 

Alvos
Ligado ao presidente desde quando o emedebista exerceu o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo, nos anos 1980 e 1990, o coronel Lima teria recebido R$ 1 milhão da JBS, montante supostamente endereçado a Michel Temer.

O nome de Yunes aparece em pelo menos três delações. O operador financeiro Lúcio Funaro disse que entregou dinheiro vivo oriundo da Odebrecht para o advogado. A quantia foi de R$ 1 milhãoEm depoimento no ano passado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Yunes admitiu ter recebido o dinheiro. Mas afirmou desconhecer se tratar de propina.

Yunes deixou o governo após vir à tona delação do ex-executivo da companhia Cláudio Melo. Ele narrou, em depoimento, reunião ocorrida em 2014 em que Temer teria pedido dinheiro a Marcelo Odebrecht para o MDB. Dos R$ 10 milhõesR$ 6 milhões seriam para campanha de Paulo Skaf. E os outros R$ 4 milhões para o ministro Eliseu Padilha distribuir.

O amigo de Temer também foi citado na bombástica delação de Joesley Batista, da JBS. O empresário relatou em depoimento na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, que o presidente teria tentado incluir o advogado José Yunes “para intermediar um acordo com uma empresa em disputa judicial em andamento contra o Grupo J&F”. Segundo o executivo, o negócio renderia cerca de R$ 50 milhões a Yunes.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, divulgou nota sobre a prisão do seu cliente. “É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia. Sempre que intimidado, ou mesmo espontaneamente, compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e a cidadania”, destacou.

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