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Barra Torres: vacinação de crianças contra Covid depende do governo

Diretor da Anvisa criticou ameaças de morte e ataques antivacina sofridos por servidores do órgão em outubro deste ano

atualizado

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O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, afirmou, nesta quinta-feira (16/12), que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, aprovada pelo órgão durante a manhã, dependerá do governo federal.

O gestor enfatizou que não é responsabilidade da agência iniciar a vacinação de crianças contra a Covid. Cabe a agência apenas regular o uso dos imunizantes. O Ministério da Saúde é o órgão responsável por dar início a campanha de imunização e coordenar as ações de vacinação ao redor do país.

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O motivo foram falas do presidente em tom de ameaça em uma live
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Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa

Hugo Barreto/Metrópoles
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O motivo foram falas do presidente em tom de ameaça em uma live

Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Ao ressaltar o papel da Anvisa na criação de normas sobre a aplicação dos imunizantes, Barra Torres lembrou as ameaças de morte sofridas por membros da diretoria-colegiada e por servidores do órgão em outubro deste ano.

De acordo com informações da própria autarquia, os gestores foram ameaçados por mensagens eletrônicas que pediam a rejeição da vacinação de crianças. A PF investiga o caso, mas já concluiu que os e-mails vieram de grupos antivacina.

Barra Torres afirmou que, mesmo após as ameaças, os servidores da agência continuaram a trabalhar. “Lamentavelmente, em um dia que deveria ser um dia de leveza e alegria para todos nós, ainda que fosse uma alegria efêmera, diante de mais de 610 mil, 615 mil, já perdi a conta, túmulos de brasileiros, é até uma heresia falar de alegria. Era para ser isso. Infelizmente não é possível. Temos que nos reportar a este momento triste”, disse o médico.

O presidente da agência reguladora ressaltou que o governo federal é “soberano” e que a decisão sobre incorporação de medicamentos, vacinas e outras tecnologias ao Sistema Único de Saúde é de responsabilidade do Ministério da Saúde, não da Anvisa.

“O acirramento dessa violência antivacina vai num viés crescente, e é importante que falemos enquanto há tempo, antes que eventuais ameaças como essas e outras se concretizem”, disse o almirante.

Início da imunização

Apesar da autorização da Anvisa para uso do imunizante Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, divulgada nesta quinta, ainda não há expectativa para o início da imunização deste público no Brasil. Cabe ao Ministério da Saúde adquirir doses para este público e incluí-lo no Programa Nacional de Imunização contra a Covid.

Em nota divulgada à imprensa nesta semana, a Pfizer afirmou que o contrato mais recente firmado com o governo federal, para compra de 100 milhões de doses em 2022, permite a modificação das vacinas para diferentes faixas etárias.

Na prática, caso o Ministério da Saúde decida incluir as crianças no PNI no próximo ano, a farmacêutica poderá fornecer doses específicas para este grupo, seguindo o acordo firmado com o governo. No entanto, nenhuma vacina com dosagem especial foi enviada ao Brasil até o momento.

“O terceiro contrato assinado com o governo brasileiro no dia 29 de novembro de 2021 para o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para o ano de 2022 também inclui a possibilidade de fornecimento de versões modificadas do imunizante para variantes, que poderão ser eventualmente desenvolvidas caso necessário, e versões para diferentes faixas etárias, conforme solicitação por parte do Ministério da Saúde”, informou o laboratório.

 

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