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São Paulo – O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Percival Maricato, classificou como “injustas e improdutivas” as novas medidas restritivas de combate à Covid-19 anunciadas nesta sexta-feira (11/12) pelo governo de São Paulo.
As novas regras, que passam a valer a partir deste sábado, determinam que bares só poderão ficar abertos até as 20h, enquanto restaurantes terão horário de funcionamento até as 22h, mas com a venda de bebida alcoólica restrita até as 20h.
“Injusto, porque se tinha alguém fazendo o dever de casa eram os restaurantes. Você vê aí o que é essa vergonha que é a 25 de Março, o Brás, enfim, ruas com dezenas de milhares de pessoas circulando, muitas sem máscara. Tem pancadão, praia, e o setor que estava cumprindo os protocolos é que vem a ser punido, o setor que guardava a distância das mesas, tinha máscara, tinha álcool em gel… E é improdutivo, porque essas aglomerações continuam”, disse Maricato ao Metrópoles.
A Abrasel planeja acionar a Justiça na segunda-feira contra as novas restrições no estado de São Paulo. Segundo Maricato, a entidade deve questionar as limitações sobre a venda de álcool. “Proibir a bebida é evidentemente inconstitucional. É uma intervenção por demais violenta na propriedade privada e na liberdade econômica. E não resolve nada. Isso também é inadmissível, porque não resolve”, afirmou.
Na avaliação do presidente do Abrasel, estabelecimentos terão perdas e muitos podem fechar com as novas medidas. “O impacto é quase que total. Se você ficar com o restaurantes aberto, onde a pessoa vai jantar, ela chega às 20h e tem sair às 22h e não pode beber, então você prefere fechar, porque vai dar prejuízo. Equivale a dizer feche ou quebre”, disse.
Segundo ele, com a pandemia, 30% das empresas do setor quebraram e o restante, que esperava faturar alguma coisa no fim do ano, será prejudicado. “Não vai conseguir pagar 13º, não vai conseguir pagar aluguel…”, acrescentou.
Para Maricato, as novas restrições não devem reduzir as aglomerações, mas aumentar a reunião de pessoas nas portas de bares e restaurantes. Ele defendeu a ampliação de horário de funcionamento para os estabelecimento – uma medida adotada para o comércio – e maior fiscalização do poder público.
“Os jovens não vão deixar de sair. Eu acho que ele deveria deixar abrir as mesas nas calçadas e tentar diminuir o público que fica em pé. E quem sabe [adotar] a mesma coisa que foi feita para comércio, que é ampliar o funcionamento para não juntar público em determinado horário. Ninguém pode impedir uma pessoa de ficar na porta em pé conversando”, afirmou.