“Barbie do Crime” ganha prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica
Justiça de Goiás autorizou a medida após a defesa informar que modelo, até então procurada por não cumprir pena, é mãe de duas crianças
atualizado
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Goiânia – A Justiça de Goiás autorizou prisão domiciliar, a partir desta sexta-feira (26/2), para a modelo conhecida como “Barbie do Crime”, condenada por aplicar golpes na internet. Bruna Cristine Menezes de Castro, de 31 anos, volta para casa, usando tornozeleira eletrônica, um dia depois de se apresentar em juízo por ter a prisão decretada em razão de descumprir medidas impostas em sua pena.
Depois de vender celulares a duas pessoas e nunca entregar os produtos, a modelo foi condenada, em setembro de 2015, a 1 ano e 9 meses de reclusão pelo crime de estelionato.
A pena foi transformada em prestação de serviços comunitários, com pagamento de multa de 10 salários mínimos. No entanto, a “Barbie do crime” não cumpriu a decisão judicial nem compareceu a sete audiências marcadas para que ela apresentasse motivos.
A mulher mantinha perfis nas redes sociais de venda de produtos importados e aplicava golpes em Goiás. Segundo a decisão, ela também é investigada no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Mãe
A Justiça permitiu a prisão domiciliar após a defesa informar que a modelo é mãe de duas crianças com menos de 12 anos. “Ela nunca teve a intenção de querer desvencilhar-se de suas obrigações impostas. Tanto é verdade que se apresentou espontaneamente acompanhada pelos seus advogados”, afirmou, em nota, a defesa.
O mandado de prisão foi expedido, no dia 17/2. O juiz Wilson da Silva Dias, da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas da comarca de Goiânia, disse que o caso dela era “absolutamente constrangedor do ponto da punibilidade” por nem se preocupar, até então, em apresentar justificativas ao Judiciário.
“Desde 2017, a sentenciada não cumpre a pena de prestação de serviços à comunidade, sendo inexitosa sua localização em razão da diversidade de mudança de domicílio sem comunicar a este juízo, além de incorrer em descumprimento das condições judiciais e legais da pena restritiva de direito imposta”, diz o juiz.
Situação irregular
Para decretar a prisão, o juiz embasou sua decisão em ofício recebido da Diretorial-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), confirmando que o último comparecimento dela havia ocorrido em setembro de 2017. Na ocasião, segundo o documento, ela apresentou comprovante de pagamento de prestação pecuniária no valor de R$ 937.
Além disso, conforme consta da decisão, o ofício da DGAP informou, ainda, que Castro “não realizou nenhuma hora de prestação de serviço à comunidade, desde que iniciou o cumprimento de sua pena. Portanto, a sentenciada encontra-se irregular”.
Detalhes do caso
A Polícia Civil prendeu a modelo, em 11 de agosto de 2015, por suspeita de estelionato, em Goiânia. Segundo as investigações, na época do crime, mais de 100 pessoas procuraram a delegacia informando que foram vítimas do golpe praticado por ela. No entanto, a maioria não prosseguiu com o inquérito.
De acordo com as denúncias, após receber o pagamento pelos produtos, ela alegava que estava com problemas de saúde ou familiares e não entregava as encomendas. Para aplicar o golpe, de acordo com a polícia, a mulher usou contas bancárias de dez pessoas, que tinham emprestado os dados a ela.
Ainda segundo as investigações, Bruna mentiu que estava com câncer para receber dinheiro de ex-namorado que mora no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a modelo fingiu ser o próprio pai para dar notícias sobre uma falsa operação para tratar um câncer no útero. O homem revela que depositou mais de R$ 15 mil para o falso tratamento.