Baptista Júnior foi chamado de “melancia” após reunião da minuta
O ex-comandante da Aeronáutica informou aos investigadores da Polícia Federal que começou a receber as ofensas por meio das redes sociais
atualizado
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O tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, relatou à Polícia Federal (PF) que passou a ser chamado de “melancia” e “traidor da pátria” nas rede sociais, após reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio de Oliveira apresentaram a chamada “minuta do golpe” aos comandantes das Forças Armadas.
Baptista Júnior informou aos investigadores da PF que começou a receber as ofensas por meio das redes sociais e que, em uma das ocasiões, chegou a ser atacado pelo comentarista Paulo Figueiredo.
Durante a reunião da apresentação da “minuta do golpe”, o ex-comandante da Aeronáutica teria questionado o ministro da Defesa se o documento previa a “não assunção do cargo pelo novo presidente eleito?”. Oliveira teria ficado em silêncio.
Com a falta de respostas, Baptista Júnior entendeu que haveria uma ordem que impediria a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desta forma, ele se negou a sequer receber a minuta do golpe, reforçando que a Força Aérea do Brasil (FAB) “não admitiria tal hipótese [golpe de Estado]”.
Além de Baptista Júnior, Freire Gomes não quis analisar minuta
No depoimento, o tenente-brigadeiro afirmou que o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, expressou que também não concordaria com a possibilidade de analisar o conteúdo da minuta. Depois disso, Baptista Júnior se retirou da sala.
Por outro lado, ele disse que o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, “não expressou qualquer reação contrária ao conteúdo da minuta”, enquanto estava na sala.