Bandidos fazem menção ao PCC durante chacina em Natal (RN)
As vítimas tiveram a casa invadida e testemunhas relataram à polícia que os criminosos saíram do imóvel gritando “é o PCC”
atualizado
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Quatro pessoas foram assassinadas por cinco homens em uma chacina na madrugada de terça-feira (17/1), em Ceará-Mirim, na Grande Natal, em um crime que pode ter relação com a briga entre facções no estado. As vítimas tiveram a casa invadida e testemunhas relataram à polícia que os criminosos saíram do imóvel gritando: “É o PCC!”.
De acordo com informações do tenente Faustino Júnior, do 11º Batalhão da Polícia Militar, vizinhos relataram a frase aos investigadores. O caso está sendo apurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Eles pouparam apenas as mulheres e as crianças”, disse o tenente.
Apesar de o governo do estado ter dito à reportagem não haver confirmação da relação das mortes com a crise no sistema penitenciário, especialistas e servidores reforçam que a intensificação das atividades das facções tem afetado a segurança pública fora dos muros dos presídios.
“Precisamos urgentemente rever toda essa questão penitenciária pela própria segurança da sociedade. Não são apenas as pessoas que estão lá dentro do presídio que estão se matando”, disse o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Rinaldo Reis. “Essas pessoas estão comandando o tráfico e a distribuição das drogas, as rotas por onde passam as drogas, assaltos a banco, arrombamentos de caixas eletrônicos e assassinatos”, acrescentou.
Violência
O estado registrou 1.979 mortes violentas intencionais em 2016, número que agrupa crimes como homicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte. A quantidade é oito vezes maior do que os registros de homicídio em 2004, quando aconteceram 237 casos cometidos com arma de fogo, de acordo com dados do Mapa da Violência.
A taxa de homicídios por 100 mil habitantes saltou de 8,1 para 28,9, fazendo o estado deixar a 18.ª posição entre os mais violentos para se tornar o quarto.
O governo do estado informou que 70% das mortes violentas intencionais têm “alguma relação com o tráfico de drogas, que é a principal atividade do crime organizado no Rio Grande do Norte” e que “não poupa esforços para garantir a segurança da população”.
“Estamos enfrentando um momento de tensão. As dificuldades do sistema prisional configuram um problema nacional, o Rio Grande do Norte não é um caso isolado. Adotamos muitas medidas e vamos continuar fazendo o possível para preservar a segurança do cidadão.”