Banco do Nordeste nomeia presidente interino após indicado do Centrão cair
Alexandre Cabral caiu em menos de 24 horas porque foi revelada uma investigação em que ele é alvo no TCU. Diretor financeiro assume
atualizado
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O Banco do Nordeste, que pertence ao governo, confirmou em reunião extraordinária na tarde desta quarta-feira (03/06) a demissão de seu presidente, Alexandre Borges Cabral, um dia após sua nomeação. Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior, que é diretor financeiro e de crédito, foi nomeado presidente interino.
O banco está na mira dos partidos do Centrão, que negociaram para assumir cargos no governo de Jair Bolsonaro em troca de apoio político. Cabral contava com apoio do presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson.
Fontes palacianas, porém, negam a informação e afirmam que ele teria sido indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na tentativa de evitar uma indicação do Partido Liberal (PL), sigla liderada pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto, condenado no mensalão.
Sua imagem foi descrita como técnica por ter presidido a Casa da Moeda do Brasil durante o governo de Michel Temer.
Mas foi justamente por causa de uma investigação referente à Casa da Moeda, revelada por reportagem do Estadão, que ele não durou dois dias no cargo.
O Tribunal de Contas da União (TCU) apura suspeitas de irregularidades em contratações feitas pelo órgão durante sua gestão, em 2018. O prejuízo é estimado em R$ 2,2 bilhões, segundo a apuração.
Em nota, o superintendente responsável pelas relações com investidores, Sério Brito Clark, diz que o banco tomou conhecimento sobre as investigações. “Assim sendo, reitera seu compromisso de transparência e tempestividade de comunicação dos fatos aos seus acionistas”.
Bolsonaro e o Centrão
Na semana passada, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro admitiu, pela primeira vez, que está negociando cargos com o Centrão, mas apenas de “segundo e terceiro escalão”, não “ministérios, estatais ou bancos oficiais”.