Banco Central: Senado confirma para outubro sabatina de Galípolo
Nome indicado por Lula precisa de aprovação em comissão e no plenário para poder assumir presidência do BC em 2025
atualizado
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O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), confirmou para a manhã do dia 8/10 a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para a Presidência do Banco Central (BC). Cardoso também designou o senador Jaques Wagner (PT-BA) como relator da indicação Galípolo.
A data é posterior à realização do primeiro turno das eleições municipais (6/10)
Na última quinta-feira (4/9), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já tinha anunciado que a apreciação do nome de Galípolo para o BC no plenário da Casa ocorreria no dia 8/10. No entanto, o regimento determina que antes da votação em plenário seja realizada a sabatina, esta marcada por Cardoso. Na sabatina, os senadores da CAE também realizam uma votação para validar ou não o nome do indicado.
O governo federal tentou fixar a próxima segunda-feira (9/9) para a realização da sabatina. No entanto, os senadores queriam mais tempo para tratar do assunto. A preferência deles era por uma data após o primeiro turno das eleições.
Pacheco tinha sinalizado a dificuldade em reunir quórum qualificado para a votação em setembro, por causa das eleições municipais. Isto ocorre porque os parlamentares ficam mais presentes nas bases e se ausentam do Congresso Nacional com maior frequência.
Atualmente, Galípolo ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do BC. Ele também já foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, braço-direito do ministro Fernando Haddad. O indicado de Lula é economista e já iniciou as visitas aos senadores em busca de apoio para a sabatina. Ele tem visitado congressistas de diferentes correntes políticas.
O atual presidente do BC é Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula fez várias manifestações negativas contra Campos Neto, sobretudo com críticas à taxa básica de juros, a Selic. Galípolo, caso aprovado, como é a tendência, ficará no cargo de 2025 a 2028.
Atrito
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, havia intervido no processo de escolha da relatoria da sabatina. Ele já havia indicado que Jaques Wagner ficaria com a atribuição. No entanto, a ação de Padilha incomodou os senadores.
Alexandre Padilha comanda a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, especialmente com o Congresso Nacional e com os Estados e municípios.
Todavia, o ministro não tem boa interlocução no Congresso Nacional. Especialmente, ele enfrenta mais resistência na Câmara dos Deputados. Ele já foi chamado de “desafeto pessoal” pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).