Banco Central prevê menos crescimento e mais inflação para este ano
Pela sexta vez seguida, mercado reduz previsão de crescimento do Brasil. Para 2020, é o terceiro reajuste seguido
atualizado
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O boletim Focus, publicação de previsões econômicas do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (8/4), trouxe duas tendências preocupantes para a economia: menos crescimento e mais inflação. As projeções para este ano e para 2020 se baseiam no humor do mercado financeiro.
Pela sexta vez consecutiva, o mercado diminuiu a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país. A estimativa caiu de 1,98% para 1,97% neste ano.
No próximo ano, o decréscimo será um pouco maior. A projeção recuou de 2,75% para 2,70% na terceira baixa seguida. As projeções de crescimento do PIB para 2021 e 2022 permanecem em 2,50%, segundo o Banco Central.
A estimativa da inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também subiu. A taxa passou de 3,89% para 3,90% neste ano. Para 2020, a previsão segue em 4%. Em 2021 e 2022, também não houve alteração: 3,75%.
A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Ela tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Pesquisa mostra preocupação
Nesta segunda, o Datafolha divulgou uma pesquisa em que mostra a queda do otimismo do brasileiro em relação à melhora do desemprego, inflação e poder de compra. A expectativa do brasileiro com a melhora da economia caiu, após atingir níveis inéditos depois da corrida eleitoral de outubro passado.
O recuo, segundo pesquisa Datafolha, chega a 15 pontos percentuais entre dezembro de 2018 e abril de 2019. O otimismo entre os entrevistados diminuiu de 65% para 50%. O número entre aqueles que acreditam na piora do cenário financeiro dobrou: saltou de 9% para 18%.