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Banco Central diz que não existe censura ou cerceamento a diretores

Negativa veio após divulgação de documento que visava condicionar entrevistas à aprovação prévia do presidente do BC, Roberto Campos Neto

atualizado

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1 de 1 imagem colorida Fachada de prédio do Banco Central do Brasil - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O Banco Central (BC) emitiu nota, no início da noite desta quarta-feira (19/7), onde diz que “não existe e jamais existirá censura ou cerceamento de qualquer espécie à livre manifestação dos dirigentes do BC”.

“Pelo contrário, os dirigentes do BC têm sido incentivados a se manifestar mais em público, o que pode se notar pela maior frequência de entrevistas e de outras manifestações públicas, incluindo a recém-lançada live semanal do BC no YouTube”, prossegue o comunicado.

“Todo dirigente do BC tem pleno direito de expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados, sem necessidade de quaisquer autorização ou aprovação prévias.”

A nota foi divulgada horas após ser noticiado que um documento interno estaria condicionando a concessão de entrevistas pelos diretores a autorização do presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O BC é composto por oito diretores, mais o presidente.

Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem mandato até dezembro de 2024. Após a aprovação da lei de autonomia do Banco Central, ele é o primeiro presidente da instituição não indicado pelo presidente da República de turno e tem sido alvo de críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e outras autoridades, pelo elevado patamar dos juros.

Campos Neto diz que continua até 2024 e minimiza pressão: “Faz parte”

Almoço entre Haddad e Galípolo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu nesta, na sede da pasta, o novo diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. Segundo fontes, o tema da reunião foi justamente essa limitação.

Ex-número dois de Haddad, Galípolo tomou posse na diretoria do BC na semana passada e ainda não concedeu entrevistas à imprensa. A avaliação é de que ele poderia expor as divergências que possui com Campos Neto.

Na Fazenda, se questiona por que os demais dirigentes não teriam a mesma liberdade de conceder entrevistas que Campos Neto. Há um entendimento de que a autonomia da autoridade monetária não pode se aplicar apenas ao presidente dela.

O que diz o BC

Na nota, a autoridade monetária diz que as regras internas para a comunicação do BC com os diversos públicos visam ampliar a transparência, evitar assimetria de informações entre os agentes de mercado e balancear o atendimento a veículos de comunicação.

“Essas regras vêm sendo estabelecidas e continuamente aprimoradas nos últimos anos. Ampliar a frequência e aperfeiçoar a forma da comunicação do BC tem sido uma preocupação unânime entre os membros da Diretoria Colegiada, formada pelo presidente e pelos oito diretores do BC”, prossegue o comunicado.

Silêncio do Copom

Há um regulamento que estipula um período em que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) ficam impedidos de emitir declaração sobre assuntos relacionados em discursos, entrevistas à imprensa e encontros com pessoas que possam ter interesse nas decisões do comitê, incluindo regulados, economistas, investidores, analistas de mercado e empresários.

Esse período compreende a quarta-feira da semana anterior àquela em que ocorre a reunião ordinária do Copom até o momento da publicação da ata.

A próxima reunião do comitê vai ser realizada entre os dias 1º e 2 de agosto.

Segundo o órgão, são estudados aprimoramentos na comunicação. “Qualquer mudança virá no sentido de estimular maior abertura e exposição do pensamento de seus dirigentes e da atuação da Autarquia, em linha com a autonomia recentemente aprovada na Lei Complementar 179, de 2021.”

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