metropoles.com

Bancada ruralista: invasões não são meio adequado para reforma agrária

Em nota, a bancada ruralista disse que as invasões ocorridas em 2023 resultam da “convivência histórica com a impunidade” no país

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução / MST
mst-ocupa-quatro-fazendas-bahia
1 de 1 mst-ocupa-quatro-fazendas-bahia - Foto: Reprodução / MST

Sem citar diretamente o governo Lula (PT), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista, divulgou nota nesta sexta-feira (3/3) para reforçar as críticas às invasões de terras ocorridas nos primeiros meses de 2023.

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram fazendas da empresa Suzano na Bahia. O MST alega que a empresa descumpriu um acordo firmado com o movimento.

“A segurança social demanda que a propriedade seja assegurada em qualquer hipótese. Invasões não são meios adequados para requerer a execução da reforma agrária. O esbulho possessório é crime e deve ser firmemente combatido”, diz a bancada ruralista no Congresso. “A ninguém é dado se apropriar do que é de outrem. Nenhum ilícito pode ser justificativa ou meio para uma política pública. O Estado Democrático de Direito impõe o império da Lei e dos direitos fundamentais”, completa.

3 imagens
O MDA prometeu intervir no imbróglio entre MST e a empresa Suzano
Ocupação do MST na fazenda de eucalipto, na Bahia
1 de 3

1.700 famílias do MST ocuparam a fazenda, em Mucuri

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
2 de 3

O MDA prometeu intervir no imbróglio entre MST e a empresa Suzano

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
3 de 3

Ocupação do MST na fazenda de eucalipto, na Bahia

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Na nota, o grupo de parlamentares diz ainda: “De maneira equivocada, instalou-se no País uma ideia de que há qualquer tipo de heroísmo anexo à ilicitude, ou ainda, que pode se enxergar direitos na barbárie”.

Segundo os políticos, as invasões recentes resultam da “conivência histórica com a impunidade”. “É o caminhar, lado a lado, por parte de alguns, com a depreciação da ordem e da lei.”

A nota finaliza dizendo que as invasões geram “prejuízo permanente” aos produtores rurais. “Sem contar, obviamente, os danos econômicos ao setor produtivo e à nação.

“Não há o que se defender e nunca haverá motivação apropriada para cometer crimes. O direito de propriedade seguirá sendo uma premissa básica da atuação da FPA em todos os recantos, bem como o diálogo pela conquista e a execução de políticas públicas que beneficiem o campo. Ambos vivem de mãos dadas na busca pela pacificação social e assim seguirá sendo o nosso trabalho pelo bem do setor agropecuário e do Brasil”, finaliza o texto.

Posicionamentos

Em nota, o MST afirmou que 1,7 mil famílias da Bahia ocuparam quatro latifúndios no estado. “Um latifúndio de nome Fazenda Limoeiro, abandonado há 15 anos, localizado no município de Jacobina, e três latifúndios de monocultivo de eucalipto, da empresa Suzano localizados nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas”.

“Com as ocupações, as famílias Sem Terra reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária, tendo em vista que estas propriedades atualmente não estão cumprindo sua função social. O ato também é uma denúncia contra a monocultura de eucalipto na região, que vem crescendo nas últimas décadas. E o uso de agrotóxicos pela empresa, que prejudica as poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas e o o êxodo rural provocado pela monocultura do eucalipto na região”, diz o texto.

Ao Metrópoles, a empresa Suzano afirmou que “tais atos violam o direito à propriedade privada e estão sujeitas à adoção de medidas judiciais para reintegrar a posse dessas áreas”.

“A companhia reitera que cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando assim seu compromisso com as comunidades locais e com o meio ambiente”, salientou a empresa.

O imbróglio chegou ao Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, que vai tentar mediar as negociações entre o movimento e a empresa.

Decisão judicial

Na manhã de quinta-feira (2/3), a Justiça da Bahia deu um novo rumo ao caso. O juiz Renan Souza Moreira fixou multa de R$ 5 mil por dia aos sem-terra em caso de descumprimento de medida de desocupação da propriedade da empresa. No ato, o juiz também autorizou uso de força policial para a desocupação, se necessário.

A decisão de Moreira vale apenas para a fazenda de Mucuri. As ações de reintegração de posse relativas, no entanto, às outras áreas da Suzano ocupadas nos municípios de Caravelas e Teixeira de Freitas ainda serão analisadas pela justiça estadual.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?