Bancada do agro quer participar da escolha da autoridade climática
Presidente Lula anunciou a criação de uma autoridade climática para articular as ações do governo de combate às mudanças climáticas
atualizado
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A bancada de apoio ao agronegócio no Congresso Nacional espera que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha transversalidade para a escolha da Autoridade Nacional de Segurança Climática, anunciada pelo petista na semana passada.
O presidente Lula anunciou, em Manaus (AM), a criação da autoridade para apoiar e articular as ações do governo de combate às mudanças climáticas. O cargo foi uma promessa de campanha durante as eleições de 2022. Com o anúncio, há entendimento de que o cargo ficará subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva.
A autoridade climática deve ser criada por meio de uma medida provisória. Até o momento, não se sabe quem subirá ao posto. No entanto, no ano passado, o nome de Tasso Azevedo, engenheiro florestal e coordenador do MapBiomas, foi sondado para o cargo.
O presidente Lula se reuniu nessa segunda-feira (16/9) com a ministra Marina Silva e outros integrantes do governo para discutir ações de combate aos incêndios florestais espalhados pelo país. No domingo (15/9), o petista sobrevoou o Parque Nacional de Brasília durante queimada que destruiu parte da vegetação.
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado Federal, relatou que há uma preocupação do agronegócio diante do aumento dos incêndios.
“Os fenômenos climáticos dos últimos dias são preocupantes e merecem uma atuação mais pontual e eficiente do governo. Só nos preocupa a defesa de parte do governo, que tem ressaltado a necessidade de independência dessa autoridade climática. O que seria essa independência? Seria um superministro? Não teria a necessidade de dialogar com nenhuma outra pasta? E a transversalidade dentro do governo?”, questiona Zequinha Marinho.
O deputado federal Zé Vitor (PL-MG), da comissão de meio ambiente da FPA, defende que o nome da autoridade climática seja debatido entre membros do Três Poderes, e que a decisão não fique concentrada apenas no governo Lula.
“Acho uma iniciativa válida, desde que não seja um profissional ideológico. Defendo que seja construído um nome com os Três Poderes. Precisamos de alguém que tenha condições e legitimidade para constituir e cobrar uma postura do mundo proativa do mundo”, afirma Zé Vitor.
Os parlamentares ressaltam que a tramitação da medida provisória para escolha do nome dependerá dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O Metrópoles também conversou com deputados da base governista, que acreditam que a bancada do agronegócio pode colocar dificuldades para tramitação do tema no Congresso Nacional.