Balneários em RJ e SP estão sob ameaça da influenza no Réveillon
Búzios e Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e Guarujá, Santos e São Sebastião, em São Paulo, registraram aumento no atendimento a casos de gripe
atualizado
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São Paulo – Tradicionais destinos turísticos do Réveillon, Armação de Búzios e Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e Guarujá, Santos e São Sebastião, em São Paulo, registraram aumento nos atendimentos de gripe causados pelo vírus influenza. Os casos de síndromes gripais superaram os números da Covid-19 nos hospitais.
Armação de Búzios, por exemplo, em dezembro, até essa terça-feira (28/12), atendeu três mil pessoas com sintomas respiratórios, sendo que apenas sete pacientes estavam com coronavírus, todos os outros foram de H3N2.
“Isso sobrecarrega o sistema do ponto de vista do atendimento. Por outro lado, a gravidade dos casos tem sido pequena. A maioria é atendimento único. A pessoa procura a unidade de saúde, é medicada, vai para casa e se recupera em três ou quatro dias”, disse o Secretário de Saúde de Búzios, Leonidas Heringer Fernandes, ao Metrópoles.
Segundo Leonidas, a cidade já tinha um hospital de campanha apropriado para receber esses pacientes e outra unidade acabou inaugurada nessa quarta-feira (29/12) na região peninsular para pronto atendimento no período de verão.
Cabo Frio
Em Cabo Frio, também no Rio, entre o dia 1º e segunda-feira (27/12), 5.682 pessoas foram atendidas com sintomas de síndrome gripal. De acordo com a prefeitura, isso representa um aumento de mais de 256% em comparação a todo o mês de novembro.
A Secretaria de Saúde da cidade orienta que, em casos leves, o paciente procure o posto de saúde do bairro. Já os casos emergenciais são atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“O direcionamento correto, de acordo com a gravidade dos sintomas apresentados, colabora para evitar superlotação nas UPAs”, explicou a prefeitura em nota enviada ao Metrópoles.
Santos
No mês de dezembro, Santos atendeu mais de 15 mil pessoas com sintomas gripais, um aumento de 754% em comparação a 2020. Em dezembro do ano passado, foram registrados 1.756 atendimentos relacionados à doença.
Uma das Upas da cidade tinha uma média de atendimentos diários de 360, mas o número saltou para 680. Em outra unidade, onde eram feitos 450 atendimentos diários, 863 pessoas foram recebidas na terça-feira (28/12).
“Trata-se de um aumento extremamente expressivo no número de atendimentos em pronto-socorro, mas não temos um aumento significativo na taxa de internação”, afirmou o secretário de Saúde, Adriano Catapreta, ao Metrópoles.
Nessa quarta-feira (29/12), 27 pessoas estavam internadas por síndrome gripal, no entanto nenhum caso se mostrava grave.
Com esse cenário, a prefeitura de Santos montou três tendas para atender exclusivamente pacientes com sintomas gripais. O interior das Upas está sendo destinado a pessoas com outras doenças.
Guarujá
As Unidades de Pronto Atendimento (Upas) do Guarujá registraram um aumento de 300% nos atendimentos de pacientes com sintomas de gripe.
A prefeitura fez um comparativo dos atendimentos realizados na Upa Rodoviária, maior pronto-socorro da cidade, na data de 27/12: em 2019, foram 112; em 2020, foram 599; já em 2021, foram 1.405.
A unidade tem um setor destinado apenas a pacientes com sintomas respiratórios. Nessa ala, a média de casos diários era de 150 e agora está em 600. O problema, entretanto, não aumentou a taxa de internação hospitalar.
“Infelizmente, estamos passando por um surto. Estamos, realmente, com uma sobrecarga grande”, disse Adriana Machado, vice-prefeita do Guarujá, ao Metrópoles.
A vice-prefeita explicou que para receber os turistas, a cidade ampliou o efetivo das equipes médicas em 50% na temporada de verão. Outra iniciativa visando o turismo é oferecer vacinas para pessoas que não moram no local.
São Sebastião
O aumento de pacientes com gripe também foi notado em São Sebastião em dezembro. Em 22/12, foram registrados na cidade 574 atendimentos relacionados a sintomas respiratórios.
Na Upa Central, foram recebidas 405 pessoas. Desses pacientes, 217 foram diagnosticados com síndrome gripal. Na Upa Boiçucanga, foram 460 atendimentos, sendo 357 pessoas com gripe.
A crescente causada pelo vírus influenza pode ser vista na comparação dos meses de novembro e dezembro. Na Upa Boiçucanga, foram registrados 134 atendimentos normais e 371 respiratórios, no período de 13 a 22/12.
Nos primeiros dez dias de dezembro, o quadro nessa Upa era de 216 atendimentos normais e 143 respiratórios. Em novembro, a média foi de 200 atendimentos normais e 90 respiratórios.
O aumento de casos também se repetiu na Upa Central, onde foram registrados 220 atendimentos normais e 110 respiratórios, no período de 13 a 22/12.
Nos primeiros dez dias de dezembro, foram 150 atendimentos normais e 60 respiratórios. Em novembro, houve 110 atendimentos normais e 24 respiratórios.