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Bairro de zona de risco em Maceió registrou mil tremores em 5 dias

De acordo com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, bairro Mutange registrou 1.011 abalos sísmicos no período

atualizado

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Maceió (AL), 05/05/2021. CEPA, Centro de estudos e pesquisas aplicadas, Antonio Gomes Bastos. Complexo que abriga varios orgão e escolas publicas que será removido do local. Ao fundo a lagoa Mundaú. Local: Bairro Pinheiro AL. Foto: Igo Estrela/Metrópoles.
1 de 1 Maceió (AL), 05/05/2021. CEPA, Centro de estudos e pesquisas aplicadas, Antonio Gomes Bastos. Complexo que abriga varios orgão e escolas publicas que será removido do local. Ao fundo a lagoa Mundaú. Local: Bairro Pinheiro AL. Foto: Igo Estrela/Metrópoles. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O bairro Mutange, em Maceió (AL), que faz parte da zona crítica para risco de colapso de uma mina de sal-gema da Braskem, registrou 1.011 abalos sísmicos entre 19 e 24 de novembro. A informação é do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

A pasta, que acompanha a situação, informou que, além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa. A mudança indica uma possível movimentação da cavidade em direção à superfície.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional autorizou o reconhecimento federal de situação de emergência no local, que deverá ser publicado ainda nesta sexta-feira (1°/12) em edição extra do Diário Oficial da União.

Imagem colorida mostra mapa de situação que atinge maceió, por meio do colapso do solo - Metrópoles

Agravamento da situação

A Defesa Civil Nacional indicou uma movimentação no Mutange, chegando a 50 cm nas últimas 24 horas. A última média de movimentação calculada na área era da ordem de 18 cm por ano. Foram identificadas também trincas e rachaduras no solo, que evoluíram significativamente.

Nessa quinta-feira (30/11), a Defesa Civil retirou mais moradores de regiões de risco. A Justiça Federal, com base em relatórios técnicos, determinou a inclusão de novas áreas na zona de risco para colapso em minas da Braskem, o que resultou na evasão de moradores da região afetada.

A medida atende pedido do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado de Alagoas pela inclusão de mais áreas no programa de realocação da Braskem. A Justiça estabeleceu que o monitoramento também fosse intensificado.

O aumento da zona desocupada se dá no momento em que há um alerta de colapso iminente de uma mina da petroquímica Braskem na região do antigo campo do CSA, na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

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Desastre da Braskem em Maceió (AL)
Rua com deformações em Maceió
Bairros de Maceió estão afundando devido à mineração de sal-gema
Famílias perderam casas após afundamento de áreas
Tremores de terra foram sentidos e relatados por moradores entre a segunda (27/11) e a terça (28/11).
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Terreno afundou em Maceió (AL) por causa da mineração de sal-gema

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Famílias perderam casas após afundamento de áreas

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Tremores de terra foram sentidos e relatados por moradores entre a segunda (27/11) e a terça (28/11).

Itawi Albuquerque / Secom MCZ

Problema antigo

O problema em torno do afundamento na região em que estão localizadas 35 minas de sal-gema da Braskem só veio à tona em março de 2018, quando um forte tremor atingiu a área. Reportagem especial do Metrópoles mostrou a tragédia provocada pela mineração no local.

O risco iminente de formação de crateras levou à saída emergencial de cerca de 55 mil pessoas da área. O problema, constatado por órgãos da esfera municipal, estadual e federal, se relaciona a minas de sal-gema da petroquímica Braskem exploradas no subsolo da área urbana da capital do estado.

O sal-gema é retirado de rochas a cerca de mil metros da superfície. Ele pode ser utilizado normalmente na cozinha, mas seu uso é importante em vários processos industriais, como na produção de PVC e soda cáustica.

Como mostrou reportagem do Metrópoles, grandes quantidades de sal-gema foram encontradas no subsolo de Maceió na década de 1960, e, em 1976, a empresa Salgem – que passou ao comando da Braskem em 2002 – começou a cavar minas na região, com anuência das autoridades locais.

A mineração no local só foi paralisada em março de 2019, após ter sido confirmada a relação com o afundamento.

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