Bactéria Staphylococcus aureus levou à morte neto de Lula
Inicialmente, o hospital onde Arthur Lula da Silva foi atendido informou que a causa da morte era um tipo de meningite
atualizado
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A Staphylococcus aureus, bactéria muito presente na população saudável, originou infecção generalizada e levou à morte o menino Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada ao O Estado de S. Paulo pelo Instituto Lula.
Inicialmente, o Hospital Bartira, onde Arthur foi atendido, informou que o menino morreu por um tipo de meningite. Resultados de exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, no entanto, descartaram meningite, meningite meningocócica e meningococcemia.
De acordo com Jorge Sampaio, médico patologista clínico responsável pela microbiologia do Laboratório Fleury, cerca de 30% da população saudável abriga a bactéria Staphylococcus aureus. Essa bactéria pode estar presente no nariz, na axila e na região da virilha, entre outros locais do corpo.
“Normalmente a bactéria Staphylococcus aureus só causa doença quando tem alguma porta de entrada no organismo, como uma lesão cutânea ou o sistema imunológico deficiente. O exemplo mais comum de proliferação da bactéria é a furunculose”, explica Sampaio.
“Não adianta ficar apavorado porque a bactéria é amplamente disseminada na população e não temos uma vacina específica para contê-la. A melhor maneira de evitar a contaminação é manter os procedimentos básicos de higiene, como lavar as mãos”, orienta Sampaio.
As infecções agudas causadas pela bactéria podem se disseminar no organismo, causando episódios mais graves, como pneumonia, endocardite, pericardite e meningite.
Veja fotos de Arthur e da família Lula da Silva:
Saiba mais sobre a Staphylococcus aureus
É uma bactéria considerada oportunista, muito comum em humanos e animais. O diagnóstico é baseado na aparência da pele ou através de exames de cultura que identificam a bactéria.
Ela é transmitida através do contato com uma pessoa infectada ou por exposição a um objeto no qual o infectado encostou, como teclado de um computador, telefone, etc. O contágio pode ser evitado com procedimentos básicos de higiene: lavar as mãos sempre que possível ou utilizar álcool gel para desinfectar a região.
No Brasil, a eliminação da bactéria em quadros graves é feita com uso de antibiótico injetável Oxacilina.
Segundo o patologista clínico Jorge Sampaio, a eliminação da bactéria está indicada para alguns casos bem específicos. “Por exemplo, se a pessoa vai fazer uma cirurgia cardíaca ou ortopédica e está colonizada por essa bactéria no nariz, a chance de ela ter uma infecção pós-cirurgia é grande. Nesse caso é indicada a erradicação da colonização da bactéria para evitar infecções durante o pós-operatório”, explica Sampaio.