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BA: fazendeiros organizaram ação contra indígenas em grupo de WhatsApp

O ataque dos fazendeiros resultou na morte da líder indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, no sul da Bahia

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Foto colorida de área cercada por caminhonetes na Bahia - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de área cercada por caminhonetes na Bahia - Metrópoles - Foto: Reprodução

O ataque que resultou na morte da líder indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, na Bahia, foi organizado por fazendeiros por meio de um grupo no Whatsapp com o nome “Invasão Zero”, segundo informações do Ministério dos Povos Indígenas.

De acordo com a pasta de Sonia Guajajara (PSol-SP), o grupo era formado por cerca de 200 fazendeiros e comerciantes da região que organizaram uma ação para recuperar, por meios próprios, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20/1). O ministério destaca ainda que não havia nenhuma decisão judicial que respaldasse a medida.

O confronto entre fazendeiros e indígenas aconteceu em uma fazenda no município de Potiraguá, no extremo sul da Bahia. A ministra Sonia Guajajara desembarcou na manhã desta segunda-feira (22/1) em solo baiano para acompanhar as investigações sobre o caso.

Ataque

Segundo informações de lideranças indígenas, os fazendeiros cercaram a área com dezenas de caminhonetes e atacaram os originários que estavam no local.

Maria de Fátima, conhecida como Nega Pataxó e líder da etnia Pataxó, foi morta durante o confronto nesse domingo (21/1). O irmão dela, o cacique Nailton Muniz foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga.

Além disso, uma mulher teve o braço quebrado e outros indígenas se machucaram durante a ação, mas não correm risco de vida.

Os indígenas da etnia Pataxó Hã-hã-hãe tentam a retomada do território Caramuru, no entanto, são alvos de represálias por parte de fazendeiros da região.

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Sonia Guajajara conversou com feridos da etnia etnia Pataxó Hã-hã-hãe
Joenia Wapichana, presidente da Funai, também participou da visita e conversou com os feridos
Dois fazendeiros foram presos acusados pela morte de uma indígena Pataxó, em Potiraguá, no Médio Sudoeste baiano
Indígenas baleados em confronto na Bahia
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Sonia Guajajara conversou com o cacique Nailton Muniz, no hospital

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Sonia Guajajara conversou com feridos da etnia etnia Pataxó Hã-hã-hãe

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Joenia Wapichana, presidente da Funai, também participou da visita e conversou com os feridos

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Dois fazendeiros foram presos acusados pela morte de uma indígena Pataxó, em Potiraguá, no Médio Sudoeste baiano

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Indígenas baleados em confronto na Bahia

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Segurança da Bahia

A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) apreendeu duas pistolas, dois revólveres, carregadores e munições com dois fazendeiros que participaram do ataque. A dupla e as armas foram encaminhadas para a Delegacia Territorial (DT) de Itapetinga. A Polícia Civil da Bahia (PC-BA) acompanha o caso.

A Secretaria de Segurança da Bahia (SSP-BA) determinou o aumento do patrulhamento da região.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), informou, por meio das redes sociais, que se reuniu com os secretários envolvidos na investigação do ataque e determinou “imediata e rigorosa apuração dos fatos”.

“Não vamos tolerar qualquer tipo de violência ou intimidação, seja contra quem for, aqui na Bahia”, afirmou o governador.

Jerônimo destacou ainda que está em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros Flavio Dino, Sonia Guajajara e Silvio Almeida para alinhas as medidas que serão tomadas na esfera federal e estadual.

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