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Aziz diz que Pazuello será convocado a prestar novo depoimento na CPI

Requerimento com a reconvocação deverá ser votado na próxima quarta-feira (26/5), segundo o presidente da CPI

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Omar Aziz_CPI da Covid
1 de 1 Omar Aziz_CPI da Covid - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, disse que o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello deverá ser convocado novamente para prestar depoimento. Para Aziz, Pazuello estava protegido pelo habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e aproveitou para “mentir” sem o risco de ser preso.

“Ele estava com um habeas corpus debaixo do braço, que permitia que falasse o que quisesse. Por isso, está sendo reconvocado. Vai ser reconvocado quarta-feira (26/5) e a gente espera que possa trabalhar sem a ingerência do Supremo (Tribunal Federal) nessa questão. Até porque, se o ministro (Ricardo) Lewandowski assistiu, ele vai dizer: ‘Não posso dar um habeas corpus de novo para o cara mentir’”, pontuou o senador, em live com o grupo jurídico Prerrogativas, neste sábado (22/5).

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, concedeu habeas corpus a Pazuello dias antes do depoimento. Com isso, o militar recebeu o direito de ficar em silêncio na CPI da Covid, sempre que entendesse que as perguntas pudessem induzi-lo ao risco de produzir provas contra si.

Nas mais 16 horas de depoimento, Pazuello mentiu ou se contradisse em pelo menos menos 14 vezes. O ex-ministro falou à CPI ao longo de dois dias, na quarta (19/5) e quinta-feira (20/5).

Em reação, o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sugeriu que a CPI contrate um serviço de checagem de dados para municiar os parlamentares com informações em tempo real, durante as falas dos depoentes.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou, na sexta-feira (21/5), um requerimento para reconvocar Pazuello. Para que o novo depoimento ocorra, o documento deve ser votado pelos integrantes da CPI, possivelmente na quarta-feira, conforme sinalização do presidente do colegiado.

Vieira alegou que o primeiro depoimento do general foi permeado por diversas contradições. O senador também defendeu a necessidade de “esclarecer as dubiedades do depoimento de Pazuello”.
Compra de vacinas

Mais cedo, Aziz apelou pela liderança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no processo de compras de vacinas.

“Presidente da República, assuma a liderança do processo de compra de vacinas. É isso que nós estamos pedindo. Ninguém está acusando ministro de nada”, disse Aziz em entrevista à CNN Brasil.

Esta semana, além de Pazuello, que falou na CPI por dois dias, o ex-chanceler Ernesto Araújo prestou depoimento na CPI.

Aziz ainda sustenta que o próprio mandatário da República deve viajar a países produtores de vacinas, a fim de acelerar a aquisição dos imunizantes pelo Brasil. “Presidente Bolsonaro, pegue o avião e vai lá, vai na China, vai nos Estados Unidos, vai onde tem vacina”, falou o senador. “Não estamos politizando aqui, não é isso, longe disso. Nós estamos pedindo para que o líder da nação negocie diretamente com os grandes líderes mundiais para trazer vacina para o Brasil”, prosseguiu.

O parlamentar voltou a dizer que a CPI não vai acabar em pizza. “Não vai dar em pizza, não, tenha certeza que muita gente será responsabilizada pelo que aconteceu no Brasil e está acontecendo no Brasil, continua acontecendo.”

Mudança de bula da cloroquina

Omar Aziz também defendeu que se investigue quem sugeriu ao presidente a mudança na bula da hidroxicloroquina para uso no tratamento da Covid-19. Em depoimento à CPI, o primeiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, revelou que a ideia foi sugerida em reunião no Palácio do Planalto.

Segundo Mandetta, a sugestão ocorreu durante reunião ministerial e que Bolsonaro possuía um “assessoramento paralelo”, contrário ao adotado pelo Ministério da Saúde, que seguia as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A gente quer saber quem foi que teve ideia daquele decreto para colocar na bula da cloroquina. Alguém redigiu aquilo, nós queremos saber disso”, sinalizou Aziz.

O senador também demonstrou preocupação com uma possível terceira onda da Covid-19 no Brasil. “Temos em vista uma terceira onda. Espero que não tenha, mas o Ministério da Saúde não pode não estar preparado para essa terceira onda.”

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