Avós são condenados por abusos sexuais contra os próprios netos
Avó assistia ao avô das três crianças praticar atos libidinosos. Ele também as ameaçava para que elas guardassem segredo. Caso ocorreu em MG
atualizado
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Uma mulher de 77 anos foi presa por estupro de vulnerável em Belo Horizonte (MG), no último dia 23, por abusos sexuais contra os próprios netos. A avó assistiu ao avô, de 79 anos, praticar atos libidinosos contra as três crianças por cerca de cinco anos.
A mulher foi condenada a 40 anos de prisão por participar passivamente dos atos ao assistir à violência sexual contra os netos. Os abusos ocorriam na casa das crianças, durante visitas, ou na casa dos próprios avós. Em depoimento, uma das vítimas contou que quando o ato era realizado na residência dela, o avô esperava o pai deixar o local. “Acho que ele saía para comprar algo para comer”, contou.
Quando os crimes começaram, em 2011, duas das vítimas (um menino e uma menina) tinham 4 anos. A terceira vítima, uma menina, tinha 6 anos. O avô ameaçava o menino para que não contasse a ninguém o que sofria.
A presença da avó durante os abusos era entendida pelas crianças como se toda a situação fosse algo normal, conforme consta nos autos.
Criança narra os abusos
“Ele (avô) chegou e eu tava (sic) de vestido, e ele lambeu minhas partes íntimas. Aí, ele falou para eu não contar para ninguém porque aquilo era um carinho de avô”, narra uma das meninas no processo.
No processo, consta um depoimento do pai das crianças. Ele contou que uma das meninas teve sérios danos psicológicos e chegou a encontrar uma espécie de diário dela no qual a mesma falava em tirar a própria vida. “Augusta (nome fictício) fala o tempo todo em se matar.”
Avô em prisão domiciliar
A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG) em 31 de julho de 2019. O avô foi condenado inicialmente a 61 anos e 7 meses de prisão. A pena aplicada à avó foi de 40 anos e 7 meses de reclusão. As sentenças saíram em maio de 2020.
O avô estava preso preventivamente desde 11 de julho de 2019, mas teve a restrição de liberdade convertida em prisão domiciliar por causa da Covid-19. Em março deste ano, a defesa dele solicitou prorrogação do benefício em virtude do estado de saúde do acusado. O pedido foi concedido.
Os pais das vítimas estão preocupados com o fato de o abusador estar em prisão domiciliar. Em fevereiro deste ano, eles manifestaram temor pelo bem-estar físico e mental dos filhos.
Eles narram que uma familiar viu o avô das crianças em um posto de saúde em uma distância que desrespeitaria o limite de proximidade das vítimas, que estudam em um colégio nas imediações.