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Avião recheado com 111 kg de ouro ilegal foi maior apreensão da década

Apreensão de cerca de R$ 34 milhões em ouro dentro de avião foi a maior registrada pela Polícia Federal nos últimos dez anos

atualizado

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Divulgação/PF
barras de ouro apreendidas em aviao de goias
1 de 1 barras de ouro apreendidas em aviao de goias - Foto: Divulgação/PF

A maior apreensão de ouro ilegal feita pela Polícia Federal (PF) nos últimos dez anos foi no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO). A equipe de investigadores, com auxílio da Polícia Militar, se deparou com 111 kg de barras de ouro, dentro de uma aeronave de pequeno porte, que tinha acabado de pousar.

Dois homens que estavam dentro do avião foram presos e ficaram em silêncio diante do delegado da PF, mas logo a polícia chegou ao dono do ouro. Era o proprietário do avião: o empresário Bruno Cezar Cecchini. Isso aconteceu em uma quinta-feira, 10 de junho de 2019.

Para se ter noção da quantidade de ouro apreendido, levantamento* feito pelo Metrópoles mostrou que a PF registrou a apreensão de 205 kg de ouro ilegal nos últimos 10 anos. Ou seja, mais da metade desse ouro foi apreendido em um único dia em Goiás.

arte sobre apreensões de ouro pela polícia federal - Metrópoles

Organização criminosa

A partir dessa apreensão, se iniciou uma investigação profunda sobre a origem desse ouro. O Ministério Público Federal (MPF) entendeu que Cecchini era chefe de um esquema criminoso de compra de ouro ilegal e venda para empresários da Itália. A PF calculou que, só em 2019, esse grupo vendeu mais de 1,5 toneladas de ouro ilegal.

foto colorida de aviao com ouro em goias
Avião recheado de ouro apreendido pela Polícia Federal em Goiás

Além de Cecchini, outras 12 pessoas foram denunciadas pelo MPF e são réus por organização criminosa, crime ambiental e de mineração ilegal. O ouro ilegal era retirado do sul do Pará e norte do Mato Grosso, regiões da Amazônia Legal.

Infográfico colorido sobre apreensão de ouro pela Polícia Federal - Metrópoles

Segundo as investigações, esse grupo comercializou esse ouro ilegal dando um falso rótulo de legalidade para ele. Foram identificadas 246 notas fiscais em que constava uma determinada lavra, com autorização, para extração do minério.

No entanto, quando os investigadores da Polícia Federal chegaram nessa tal lavra, descobriram que ela estava desativada há um bom tempo. Na verdade, ela estava apenas sendo usada para dar um rótulo de legalidade para as barras de ouro vendidas.

O caso tramita na 11ª Vara Federal Criminal de Goiás. A reportagem tenta contato com a defesa de Cecchini. Em fevereiro deste ano, a PF deflagrou uma nova operação contra garimpo em território Yanomami e o empresário foi alvo de busca e apreensão.

*A reportagem analisou 245 descrições de ouro ilegal apreendido em ocorrências da Polícia Federal realizadas entre 5/12/2012 e 25/7/2023, sendo que em 193 descrições estava especificada a quantidade de ouro apreendido.

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