1 de 1 Aeronave KC-390 - recebimento do avião em Anápolis
- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
A Força Aérea Brasileira (FAB) vai enviar, na segunda-feira (7/3), o KC-390 Millennium com a missão de resgatar os brasileiros que estão deixando a Ucrânia. A aeronave partirá de Brasília às 15h00 (horário de Brasília) carregada com 11,6 toneladas de ajuda humanitária para a Polônia.
Antes da decolagem, às 14h30, haverá cerimônia com a presença de autoridades do governo brasileiro, incluindo os Ministros Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Braga Netto (Defesa), Marcelo Queiroga (Saúde), e o Ministro interino das Relações Exteriores, Embaixador Fernando Simas Magalhães.
A carga que será enviada é composta por alimentos, purificadores de água e medicamentos provenientes de doações.
Veja os itens:
– 50 purificadores de água, de tecnologia e fabricação nacionais (com capacidade combinada para purificar cerca de 300 mil litros de água por dia);
– 50 kits voltaicos com painel solar para abastecer o equipamento de energia de forma autônoma;
– 10 toneladas de alimentos desidratados de alto teor nutritivo (400 mil refeições);
– 5 kits de medicamentos para emergências médicas, oriundos dos estoques públicos administrados pelo Ministério da Saúde, sem comprometer o abastecimento nacional.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
O KC-390 partiu às 10h35, da Base Aérea de São Paulo (BASP), em Guarulhos (SP), neste domingo (6/3), e chegou à Base Aérea de Anápolis, Goiás,(BAAN) às 13h35h.
Conforme o cronograma da missão, a carga será realocada em outro KC-390, que irá para a Base Aérea de Brasília (BABR), na segunda-feira (7/3). A previsão, segundo o Ministério da Defesa, é que a aeronave decole às 15h com destino a Varsóvia, capital da Polônia, onde os cidadãos devem embarcar conforme definições do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
A cidade é a que mais recebe, atualmente, brasileiros e estrangeiros que fugiram das cidades ucranianas desde o início dos ataques russos. O número de refugiados, segundo a ONU, já ultrapassa 1,5 milhão.
Dois reservados
Na última semana, o ministério da Defesa e das Relações Exteriores anunciaram que dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) poderiam ser usados no resgate de brasileiros na Ucrânia.
Segundo o governo, duas aeronaves KC-390 Millennium estavam “de prontidão” para o eventual transporte de brasileiros que tentam deixar a Ucrânia em razão da guerra.
O espaço aéreo ucraniano está fechado. Cerca de 500 brasileiros vivem no país.
De acordo com a FAB, aviões do mesmo modelo foram empregados para transportar doações para vítimas da explosão em Beirute, no Líbano, em 2020, e para prestar apoio às vítimas do terremoto do ano passado no Haiti.
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