Autoridades lamentam morte do ex-ministro Delfim Netto: “Protagonista”
Delfim Netto tinha 96 anos e estava internado desde a semana passada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo
atualizado
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Autoridades do mundo político em diferentes espectros ideológicos lamentaram, nesta segunda-feira (12/8), o falecimento do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. O economista tinha 96 anos e estava internado, desde a segunda da semana passada (5/8), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
“Profundo conhecedor das ciências econômicas, ocupou papel altivo na história do Brasil desde 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do país”, lembrou o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em nota de pesar, o senador prestou condolências a amigos e familiares.
Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha definiu Delfim Netto como “um dos mais inteligentes e preparados que tive a oportunidade de conhecer”. “O Brasil perde um de seus melhores quadros da nossa história. Que Deus possa estar confortando a família”, completou.
O deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ) lembrou ter conhecido o ex-ministro durante a Constituinte. “Vi um homem inteligente, educado e sarcástico”, relembrou. “Na democracia, sucessivamente eleito, mostrou-se uma direita com ideias, de diálogo. Diferente da que predomina hoje”, pontuou Alencar.
A senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) também prestou condolências aos familiares e amigos, e homenageou Delfim Netto. “Sua trajetória se confunde com a história do Brasil, tendo sido protagonista e testemunha de fatos fundamentais para o desenvolvimento do nosso país”, disse.
Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) destacou Delfim Netto como “um grande economista, pensador do nosso tempo, conselheiro e político”.
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante afirmou ter recebido a notícia do falecimento com tristeza e ressaltou o respeito à atuação do ex-ministro apesar as divergências na política e no debate econômico.
“Fomos deputados no mesmo período histórico e estivemos na Comissão de Economia, espaço público em que havia um debate qualificado sobre as políticas de desenvolvimento nacional”, citou Mercadante.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli também se manifestou e lembrou a trajetória de Delfim Netto desde a origem humilde. “Conselheiro de vários presidentes da República após a redemocratização, soube valorizar as políticas de distribuição de renda e de inclusão social. Sua atuação no período mais duro do regime militar deverá ser lembrada, mas é inegável que o Brasil perdeu hoje um de seus maiores intelectuais e pensador da nação brasileira”, afirmou em nota de pesar.
O também ministro do STF Gilmar Mendes afirmou: “De ministro do governo militar a deputado constituinte, com seguidos mandatos até 2007, Delfim soube acompanhar nossa evolução política, deixando sua marca no pensamento econômico nacional”.