Aulas presenciais na rede municipal do Rio de Janeiro serão retomadas dia 24
As 1.543 escolas estão sem limpeza desde 2020, quando funcionários terceirizados foram dispensados; 50 delas precisam de obras para reabrir
atualizado
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Rio de Janeiro – As regras para o retorno presencial das aulas na rede municipal de educação foram, enfim, definidas pela Prefeitura do Rio. O plano contempla medidas de prevenção, monitoramento e contingência de casos do coronavírus, que podem sofrer alterações de acordo com as condições epidemiológicas de cada região da cidade.
O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, garante que cada escola só voltará se tiver o protocolo sanitário seguido à risca, mas admitiu que cerca de 50 unidades escolares ainda não têm condições de receber seus alunos, devido à falta de infraestrutura básica para funcionar.
Entre as questões que ainda precisam de atenção da Prefeitura do Rio, além das obras nas unidades, está a necessidade de higienizar e sanitizar todas as 1.543 escolas da rede, que ficaram sem serviço de limpeza desde que as aulas foram suspensas, em março de 2020.
Os profissionais de limpeza terceirizados foram dispensados pela Secretaria Municipal de Educação, e ainda não há previsão de retorno do contingente, que deve ser substituído por funcionários da Comlurb, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana. O Metrópoles questionou a Prefeitura do Rio sobre a falta desses profissionais, mais ainda não teve retorno.
A volta às aulas terá duas etapas iniciais: remota, a partir de 8 de fevereiro, e presencial, a partir de 24. As aulas presenciais estão divididas em fases. Na primeira, voltam parcialmente alunos da pré-escola, 1º e 2º anos. Na segunda, voltam parcialmente alunos de creches, 3º ao 6º anos e os alunos do 9º ano. Na 3ª e última etapa, mais alunos de creches e 6º ano, alunos do 8º ano, do Programa de Educação de Jovens e Adultos e os inscritos nas Classes Especiais.
A quantidade de alunos nas unidades estará condicionada às condições epidemiológicas de cada Região Administrativa da cidade. Se a situação estiver moderada (bandeira amarela), as unidades escolares poderão receber 75% de seus alunos. Se estiver alta (bandeira laranja), 50% de sua capacidade. E se estiver muito alta (bandeira vermelha), 30% da capacidade.
No entanto, a prefeitura também ainda não explicou com pretende suprir a falta de professores para as atividades presenciais, uma vez que aqueles que integram o chamado grupo de risco estão afastados para cumprimento das medidas restritivas
“Foco no tempo perdido”
Mesmo com o “foco no tempo perdido” anunciado pelo secretário, alunos que não têm equipamentos para acessar a internet ou que morem em áreas sem cobertura, “vão receber um material didático impresso e, em algum momento, irão às escolas deixar as atividades didáticas”. Esses estudantes não terão o auxílio on-line dos professores, e, de acordo com o plano divulgado pela prefeitura, caso haja alguma dúvida no conteúdo, ela só será respondida na próxima vez em que ele for à escola buscar suas atividades didáticas.
Os alunos que possuem os equipamentos e residem em áreas com sinal farão parte do Programa Conect@dos, que vai oferecer dados patrocinados. A estimativa é de que 641 mil alunos e 39 mil professores tenham acesso gratuitamente à plataforma de aulas.
O plano detalha ainda que as unidades estarão adaptadas para garantir o distanciamento de 1,5 metro, que a higienização das mãos será frequente, que o uso de máscara será obrigatório, exceto para crianças de até 3 anos, e que as refeições serão feitas dentro das próprias salas, para evitar aglomeração nos refeitórios. Além disso, o horário de entrada e saída será escalonado.
O secretário Renan Ferreirinha explicou que estudantes e profissionais da educação do grupo de risco só participarão de atividades presenciais nas unidades de ensino quando forem vacinados. “Não tem aqui nenhum negacionismo. Estamos trabalhando com a ciência do nosso lado. E o grupo de risco, seja professor, profissional da educação ou estudante, estará sendo preservado no momento do retorno presencial. Os nossos profissionais de educação serão os primeiros a serem vacinados após os idosos”, anunciou o secretário de Educação.
A vacinação dos profissionais foi ratificada pelo prefeito Eduardo Paes (DEM): “A gente entra, nas próximas semanas, numa fase de vacinação das pessoas mais velhas. Aqueles que estão efetivamente nos grupos de mais riscos. Isso vale para os vários profissionais de educação, vale para os professores, merendeiras e auxiliares administrativos”, informou.
Conheça outras regras para a volta às aulas:
– O protocolo sanitário proíbe a realização de eventos que gerem aglomerações (feiras, palestras, seminários, festas, assembleias, competições e campeonatos esportivos) e o uso de materiais de difícil higienização (massinhas de modelar, jogos de peças pequenas, etc). Além disso, os alunos não poderão compartilhar objetos pessoais, como livros e canetas;
– Parquinhos serão usados apenas por crianças de até 10 anos, que deverão manter a distância de 1,5 metro umas das outras;
– Bibliotecas estarão liberadas, desde que respeitando o distanciamento e garantindo que os funcionários higienizem as mãos com álcool em gel 70% antes e depois de manusear o acervo.