metropoles.com

Áudio: testemunha relata ação na qual bolsonarista matou petista

“Vocês tem que morrer tudo.” Testemunha que estava na festa de aniversário com tema do PT relata medo de que ocorresse uma “chacina”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
crime político
1 de 1 crime político - Foto: Reprodução

Um empresário de 49 anos relatou o que aconteceu na festa de aniversário temática do PT que acabou com a morte de seu amigo, o aniversariante Marcelo Arruda, de 50 anos, na noite deste sábado (9/7), em Foz do Iguaçu (PR).

Guarda civil e sindicalista, o petista foi baleado e revidou tiros de um policial penal federal, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho. Ele teria chegado no local gritando o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL). Marcelo foi atingido por tiros, mas, antes de morrer, revidou e baleou Jorge.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que Guaranho tinha morrido. Contudo, às 16h40, em coletiva de imprensa, a delegada Iane Cardoso informou que a polícia errou: o agressor estava vivo e foi levado ao hospital. Até a última atualização desta reportagem, ele estava internado.

O empresário contou ao Metrópoles que ele e o guarda eram amigos havia 30 anos. Os dois se conheceram durante atividades de defesa do meio ambiente. Marcelo era formado em biologia e o empresário cursou gestão ambiental.

A festa estava marcada para as 19h, mas o empresário chegou no local de eventos em uma associação por volta das 21h. O aniversariante e os convidados cantaram parabéns às 22h30. Em seguida, o petista puxou a canção “Ole, ole, ola, Lula, Lula”.

Em áudio, a testemunha resumiu o que aconteceu no local no fim da noite de sábado.

Ouça o áudio da testemunha:

Acharam que era brincadeira

“Meia hora depois chegou uma pessoa que a gente não conhecia. O Marcelo não conhecia. Eu sei porque ele me falou isso depois que o cara veio a primeira vez, quando chegou no local”, relatou o empresário ao Metrópoles.

O desconhecido, que agora se sabe que é policial penal José Jorge Guaranho, teria gritado frases como “Lula ladrão” e “Aqui é Bolsonaro”.

5 imagens
O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos
Eles também vão cobrar uma posição da PGR em relação ao assassinato do petista por um policial bolsonarista
A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas
O guarda municipal Marcelo Arruda era filiado ao PT e apoiador de Lula
1 de 5

A festa tinha como tema o Partido dos Trabalhadores

Reprodução/redes sociais
2 de 5

O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos

Reprodução/Arquivo pessoal
3 de 5

Eles também vão cobrar uma posição da PGR em relação ao assassinato do petista por um policial bolsonarista

Reprodução/Arquivo pessoal
4 de 5

A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas

Reprodução/Arquivo pessoal
5 de 5

O guarda municipal Marcelo Arruda era filiado ao PT e apoiador de Lula

Reprodução/redes sociais

“Todo mundo na festa achou que era uma brincadeira, porque tinha pessoas ali que não era do PT, tinha familiares dele, amigos que eram da área de segurança que eram bolsonaristas. Tinha essa brincadeira ali”, contou o amigo do petista.

De acordo com o empresário, o aniversariante estava na cozinha nesse momento. “Foram chamar o Marcelo e disseram: ‘Vem cá receber que chegou um amigo seu bolsonarista’ e ele foi receber a pessoa na porta”.

Ameaça

Nesse momento, o policial penal teria manobrado o carro e estava na janela do veículo de frente para a porta do local da festa. O petista percebeu que se tratava de algo “mais sério”.

“O Marcelo começa a dizer para o cara ir embora que é uma festa de família. O cara tira a arma para fora aponta para o Marcelo e para as pessoas e diz: ‘Vocês têm que morrer tudo, seus vagabundos, vou matar vocês”, afirmou o empresário.

Segundo a testemunha, o guarda civil jogou o copo de chope em direção ao carro.

“A mulher desse cara estava no banco de trás com o filho de três meses dele. Ela começa a gritar com ele: ‘Para com isso! Vamos embora’. O cara começa a arrancar, mas antes ele fala: ‘Eu vou voltar, eu vou matar vocês, seus vagabundos'”, disse.

Retorno

Jorge Guaranho deixou o local. Marcelo, com medo que o bolsonarista retornasse, pegou sua arma que estava guardada no carro. Pouco tempo depois o agente penitenciário voltou de fato ao local.

“Chegou na porta desceu com a arma em punho. A esposa do Marcelo, que é policial civil, estava desarmada e está de licença maternidade porque tiveram filho há um mês, começa gritar ‘Polícia, para”, contou a testemunha.

De acordo com o relato, o guarda civil sacou a arma e também gritou: “Polícia, abaixa a arma”.

“Nisso, o cara começa atirar, ele dá uns dois tiros, um acerta a perna do Marcelo, que cai. Ele avança até onde o Marcelo está e dá mais um tiro no Marcelo à queima-roupa, a um metro e distância. O Marcelo quase descarrega a arma no cara, que tomba e começa agonizar.”

Chacina

O amigo do aniversariante petista afirmou que em seguida o desespero tomou contou do local e os convidados da comemoração chamaram a ambulância.

“Se não fosse isso [Marcelo ter atirado], ele teria feito uma chacina no meio a festa”, afirmou a testemunha.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?