Audi volta a ‘produzir’ o SUV Q3 no Brasil, mas até o pneu é importado
Marca alemã consegue benefícios do governo para trazer kits prontos da Hungria e, assim, ser ‘brasileira’. Veja outras novidades da semana
atualizado
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As vendas de carros novos registraram uma queda de 18% de janeiro a maio, levando-se em conta o mesmo período de 2021: 549 mil unidades agora contra 670 mil, segundo dados da Fenabrave, a federação dos distribuidores e revendedores brasileiros. E haja, portanto, criatividade para sair dessa encrenca. Vale só ‘montar’ carros para serem ‘brasileiros’, antecipar lançamentos (ou adiá-los), reestilizar produtos, fazer promessas, enfim.
A Audi, por exemplo, marca alemã pertencente à Volkswagen, reativou a linha industrial em São José dos Pinhais, no Paraná, para apenas montar o Q3 e o Q3 Sportback. Eles terão motor 2.0 turbo a gasolina de 231cv, câmbio automático de 8 marchas e o sistema quattro de tração integral.
A empresa promete investir nos próximos anos R$ 100 milhões. Esse dinheiro será usado para ‘modernizar’ maquinários, equipamentos de controle de qualidade e sistemas de tecnologia da informação e infraestrutura logística.
A ‘produção’, na verdade, é parcial, até meio fake: os 4 mil carros/ano serão montados via SKD (Semi Knock Down). Nesse método, todos os conjuntos de peças e partes dos modelos virão em kits (pré-montados) de Györ, planta da marca na Hungria. Lembram dos joguinhos de Lego? Até a bateria e o pneu não são brasileiros, dizem fontes do Entre-eixos.
Até a expectativa de geração de empregos é capenga: apenas 200, e para quando as atividades estiverem em pleno funcionamento. A empresa, pertencente ao Grupo Volkswagen, obteve no Ministério da Economia um regime especial de tributação para projetos de baixo volume, de até 4 mil carros por ano, pagando alíquota de 18% para importar os kits húngaros.
Novo HB20
A Hyundai Motor Brasil divulgou nesta sexta-feira três imagens do hatch HB20 reestilizado. Ele terá os faróis mais afilados e integrados à grade dianteira e uma luz em LED contornando toda a parte superior para servir LDR. A grande tomada de ar no parachoque é o que mais chama a atenção. Na traseira, a lanterna vai de ponta a ponta, inteiriça e semelhante às usadas em carros como o Porsche Taycan S Turbo, Lexus UX 250h e outros (já virou quase uma tendência).
Mas não se trata só de reestilização visual: alguns equipamentos inéditos no modelo – principalmente de segurança e conforto – estarão presentes na linha 2023. Destaque para o assistente de manutenção de faixa, sistema de frenagem autônoma e assistente de colisão. O painel de instrumentos terá uma tela 100% digital e o sistema de entretenimento ganha suporte a Apple CarPlay e Android Auto sem fios.
SUV novo da Renault?
A marca francesa prometeu um novo ciclo de investimentos, num programa chamado Renaulution: serão R$ 2 bilhões no complexo de São José dos Pinhais, no Paraná, para a produção de um novo motor 1.0 turbo, de um inédito modelo SUV e até de uma plataforma. A explicação sobre ela, aliás, foi vaga: apenas que ‘permite’ a chegada de novos produtos e para uma eventual eletrificação.
Nova Montana mais espaçosa?
A General Motors garante que sim. Isso em razão, segundo os engenheiros da marca, do uso de materiais mais leves para a carroceria, que dispensam a necessidade de um motor grande e, consequentemente, permitindo aumentar a área destinada à cabine sem abrir mão de um amplo volume para carga. A futura picape da Chevrolet chega em 2023.
Essa adaptação é resultado de pesquisas com o consumidor. No caso das picapes médio-compactas, a próxima tendência são veículos que ofereçam mais conforto aos passageiros e maior versatilidade para a caçamba.
“A Nova Montana vai ter pelo menos 20 milímetros a mais para o joelho do passageiro traseiro em relação à concorrência”, garante Marianni Sanchez, gerente de pesquisa avançada de mercado na GM América do Sul.