“Atuação relâmpago” para escritórios em 2018 rendeu a Witzel R$ 900 mil
Escritórios fizeram pagamentos por serviços supostamente prestados durante campanha eleitoral e governo de transição
atualizado
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Wilson Witzel (PSC), o governador afastado do Rio de Janeiro, teria recebido mais de R$ 900 mil por uma “atuação relâmpago” em dois escritórios de advocacia durante a campanha eleitoral e a transição para seu governo, em 2018, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR). São informações da Folha de S.Paulo.
O valor teria sido usado para justificar uma doação que Witzel fez à própria campanha de R$ 215 mil. Na declaração de bens entregue à Justiça, o governador afastado não havia informado ter dinheiro em conta bancária antes do início da disputa eleitoral.
Nesse sábado (30/8), após a operação que o afastou do cargo, Witzel ofereceu uma terceira versão para os repasses. Afirmou que tudo foi pago somente após a campanha vitoriosa de 2018.
Na semana passada, Witzel foi afastado do cargo por 180 dias sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro por decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida monocrática de Gonçaves será julgada na quarta-feira (2/9) no plenário da corte, em Brasília.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o governador afastado recebeu no ano eleitoral R$ 412.308,37 do escritório do ex-secretário Lucas Tristão, preso na Operação Tris In Idem da última sexta-feira (28/8).
Durante a campanha, Witzel declarou que havia se tornado sócio do ex-braço-direito, mas a parceria nunca foi formalizada na OAB.
Em sua decisão, Gonçalves (STJ) destacou o fato de o escritório de Tristão ter recebido, entre julho e outubro daquele ano, R$ 225 mil da empresa Atrio Rio Service, ligada ao empresário Mário Peixoto, preso sob acusação de pagar propina a Witzel já no Governo do Rio.