Atraso em trens da Supervia faz recém-contratado perder emprego no Rio
Jefferson Silva, de 28 anos, estava desempregado há mais de um ano. Segundo a Supervia, motivo do atraso foi o furto de cabos
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Desempregado há mais de um ano, Jefferson Silva, de 28 anos, ia começar um novo trabalho na última quarta-feira (22/6). Devido ao atraso dos trens e aos protestos dos passageiros na estação do Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele acabou sendo demitido antes mesmo de começar.
O pintor especializado em fachadas prediais chegou a gravar um vídeo na plataforma e enviar ao patrão, que visualizou, mas não respondeu. Morador de Santa Lúcia, bairro de Duque de Caxias, Jefferson acordou às 4h30 da manhã, justamente para não se atrasar.
O escritório do novo emprego fica em São Cristóvão, zona norte do Rio, e ele precisava chegar às 7h30. Quando o relógio marcou 6h40, ele avisou que iria se atrasar devido aos problemas na estação.
Neste instante, a plataforma já estava tomada por passageiros irritados que protestavam devido aos constantes atrasos. Às 7h30, o trem ainda não tinha saído do local.
A estação de Gramacho foi depredada. As cabines foram quebradas, invadidas e até um quiosque de pão de queijo foi jogado nos trilhos. A situação só foi normalizada por volta das 10h30.
Ainda na estação, Jefferson foi informado que não precisaria mais ir, já que o patrão não estaria lá.
“Eu nem consegui chegar lá. Quando foi de tarde, liguei para o patrão, mas ele disse que infelizmente a vaga já havia sido preenchida por outra pessoa”, contou o pintor ao Metrópoles.
Veja o vídeo:
Há um ano, Jefferson sobrevive fazendo bicos para sustentar a mulher e as duas filhas pequenas. A chance de começar um trabalho de carteira assinada deixou a família animada, mas novamente, o rapaz se viu desempregado.
“É muito complicado. Sou casado, tenho duas filhas, uma de 2 anos e outra de 7 meses. Estava há mais de um ano desempregado, surgiu essa oportunidade, mas infelizmente teve esse problema no trem. A gente fica triste, porque seria a forma de trazer o sustento para dentro da minha casa”, disse à reportagem.
O pintor conta que também entende o lado do patrão e tem esperança de conseguir outra oportunidade em breve.
“Não culpo o patrão, até porque ele também precisa do funcionário e passou a vaga para outro. Mas eu entendo. Deus está no controle e eu não posso parar.”
O que diz a Supervia
Em nota enviada ao Metrópoles, a Supervia lamentou os episódios de depredação do patrimônio público, “que prejudicam os próprios passageiros, colocam em risco a operação ferroviária e a integridade de colaboradores da concessionária”.
Leia a íntegra:
“O ramal Saracuruna começou a operar com intervalos ampliados devido a furtos de cabos em vários pontos do ramal, ocorridos nos últimos dias, que prejudicaram o sistema de sinalização automática. Por medida de segurança da operação e dos próprios passageiros, os trens precisam aguardar ordem de circulação.
Mas, às 7h15, a SuperVia precisou suspender a operação no trecho entre as estações Gramacho e Corte Oito e nas extensões Guapimirim e Vila Inhomirim devido à invasão de passageiros à linha férrea na estação Gramacho. Alguns jogaram objetos sobre a via. A SuperVia acionou a Polícia Militar para as providências necessárias.
A SuperVia lamenta atos como esses, de depredação do patrimônio público, que prejudicam os próprios passageiros, colocam em risco a operação ferroviária e a integridade de colaboradores da concessionária. A SuperVia mantém diálogo aberto com seus clientes através dos seus canais de comunicação.”
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.