Atos golpistas: 937 pessoas seguem presas após um mês de investigação
Levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (8/2), um mês após os atos golpistas que destruíram as sedes dos Três Poderes
atualizado
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O número de extremistas presos após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro chegou a 1.398, segundo dados oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF). O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (8/2), um mês após os ataques.
De acordo com a Seape, 611 homens estão presos no Centro de Detenção Provisória II, conhecido como Papuda. Há ainda 305 mulheres custodiadas na Penitenciária Feminina do DF, a Colmeia. Outras 20 pessoas foram transferidas ao 19º Batalhão de Polícia Militar e uma para carceragem do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, em virtude de decisões judiciais.
A estimativa da Casa Civil do Distrito Federal é de que cada detido custa, em média, R$ 2.450 mensais. A projeção leva em conta despesas com alimentação, transporte, higiene, entre outras.
Além disso, 460 pessoas seguem monitoradas por tornozeleiras eletrônicas.
No dia seguinte aos ataques, em 9/1, o número de presos era 277, sendo 149 homens e 128, mulheres. Outros 1,4 mil extremistas foram retirados do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, na data, e levados à Academia da Polícia Federal.
Na semana passada, a juíza da VEP-DF, Leila Cury, encaminhou pedido à presidência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) solicitando que os presos por participação nos atos terroristas de 8 de janeiro sejam transferidos para os respectivos estados de origem.
A magistrada alegou que o sistema prisional de Brasília ficou superlotado após a chegada dos presos, detidos por invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes.
Audiências de custódia
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu em 20 de janeiro a análise das audiências de custódia dos presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ao todo, 942 dos 1.406 detidos tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. Outros 464 vão responder em liberdade.
Os que tiveram a liberdade provisória decretada terão que seguir uma lista de restrições, como o recolhimento noturno e aos finais de semana; a proibição de sair do país e de utilizar redes sociais; a suspensão do porte de arma de fogo e do registro de colecionador de armas de fogo, tiro desportivo e caça, para quem possui.
Um mês após ataques
Há um mês, o Brasil foi surpreendido pelas cenas de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, na capital federal. Em tentativa de golpe de Estado, bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição presidencial marcharam do Quartel-General do Exército do DF até a Esplanada dos Ministérios e destruíram prédios públicos.
Logo após os ataques, integrantes do Legislativo, Executivo e Judiciário se uniram para uma reação rápida e enérgica aos atos, classificados pelas principais autoridades da República como “terroristas”.
O prejuízo estimado pela destruição das sedes dos Três Poderes é de, pelo menos, R$ 20,7 milhões.
O STF abriu sete inquéritos para investigar executores materiais, autores intelectuais, financiadores e agentes públicos que possam estar envolvidos – seja por omissão, atuação ou incitação – nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Veja fotos dos ataques: