Ato na Esplanada presta homenagem aos mais de 600 mil mortos de Covid
Ação ocorreu na manhã desta sexta-feira (15/10), em frente ao Congresso Nacional. País perdeu 602 mil vidas para a doença
atualizado
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A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, amanheceu tomada por bandeiras brancas nesta sexta-feira (15/10). O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Vítimas da Covid-19 (Avico) para homenagear os mais de 600 mil mortos pela doença.
O ato teve início por volta das 7h30, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sinftub), com a Associação de Docentes da UnB, com o Comitê UnB pela Vacinação e com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
Em homenagem às vítimas da Covid, o grupo confeccionou 3 mil bandeiras brancas com o nome de pessoas que perderam a vida para o vírus.
Criada no Rio Grande do Sul, a Avico é residida por Paola Falceta, que perdeu a mãe para a Covid-19. “Não tem como descrever a dor da perda, mas podemos escrever o nome do nosso familiar, amigo, colega ou vizinho numa bandeira como forma de homenagear essa pessoa querida que partiu de forma inconcebível”, pontua.
A professora Fernanda Natasha, da Universidade de Brasília (UnB), é uma das integrantes da Avico e organizadora do ato. Ela conta que a ideia inicial era fazer 600 bandeiras. No entanto, após a participação de voluntários e familiares de vítimas da Covid, o número chegou a 3 mil.
“A gente chegou em 3 mil bandeiras. Foram feitas entre quarta e quinta-feira. A proposta é que a gente não normalize essa situação. A gente não pode normalizar a quantidade de pessoas que estão morrendo, são mais de 500 a cada dia. Isso é uma tragédia”, pontua.
Ela pede que a população continue seguindo medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras. Além disso, a professora ressalta a importância da vacinação para prevenir o vírus.
Fernanda conta que o pai faleceu em novembro de 2020, acometido pela doença, e não teve a chance de se proteger com o imunizante.
“A gente tem sim que se vacinar, porque vacina salva vidas há muitos anos no Brasil. O SUS tinha possibilidade de ter feito a distribuição de vacinas muito antes. Meu pai podia estar vivo hoje. Meu pai morreu no dia 18 de novembro. Ele não conheceu a neta dele que também nasceu durante a pandemia. Minha família está em luto, mas tem mais de 600 mil pessoas em luto”.
CPI
José Almiran Rodrigues, do Sinftub, participou da organização do ato e explica que a Esplanada dos Ministérios foi escolhida como palco da homenagem por ser o centro do poder no país.
Além disso, ele ressalta que os organizadores querem chamar a atenção dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal, que apura se houve negligência do governo no enfrentamento à pandemia no Brasil.
“Aqui a gente consegue chamar a atenção do Congresso Nacional para que essa CPI dê resultado, para que eles indiciem as pessoas responsáveis por essas mortes”, ressaltou.
600 mil mortos
O Brasil contabilizou, na quinta-feira (14/10), 525 mortes por Covid-19. A média móvel diária subiu para 327 óbitos após o indicador registrar 316 na quarta-feira (13/10). Em relação ao verificado há 14 dias, houve variação de -36,2%, sinalizando desaceleração nas mortes.
Nas últimas 24 horas, foram computados 14.288 casos da doença em todo o país. Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
No total, o Brasil já perdeu 602.099 vidas para o coronavírus e contabilizou 21.612.237 casos de contaminação.