Ato de Sérgio Reis racha ruralistas: “Quanto mais mexe, mais fede”
Presidente da maior associação de produtores de soja do Brasil foi um dos organizadores do ato que promete parar o país em 7 de setembro
atualizado
Compartilhar notícia
Após o anúncio de que a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) faria parte da manifestação de 7 de setembro em apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da organização, Antonio Galvan, vem recebendo duras críticas – inclusive entre os ruralistas.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do Brasil, foi um dos críticos do envolvimento da associação no ato.
“O Galvan fala como se o setor inteiro do agronegócio e da soja assinasse embaixo de suas posições. E isso não é verdade”, disse à jornalista. Ele reitera que Galvan precisaria ter colocado a pauta para discussão em assembleia, e não envolver a organização antes de consultar os demais participantes.
Maggi chegou a ligar para Galvan. “Eu disse a ele que bloquear estradas com caminhoneiros será uma tragédia para o próprio agronegócio. Uma semana de confusão botará o Brasil de joelhos. Todo o fluxo de insumos e mercadorias será interrompido. Como pode uma associação defender esse tipo de ruptura? É uma tragédia.”
Em resposta às críticas, Galvan disse: “Deixa quieto esse assunto. Em merda, quanto mais mexe, mais fede”. O presidente da Aprosoja ainda defendeu que pensa no país, enquanto outros “pensam no próprio bolso”.
Galvan se reuniu com o cantor Sérgio Reis, na semana passada. Na ocasião, o artista enviou áudio a um amigo afirmando que convocaria caminhoneiros para um cerco a Brasília no feriado da Independência. “Vou dizer ao presidente do Senado que eles têm 72 horas para aprovar o voto impresso e tirar todos os ministros do STF. Isso não é um pedido, é uma ordem”, disse.
No áudio, o cantor ainda afirmou que os produtores de soja estavam bancando todas as despesas da manifestação.