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Ativista que denunciou maus-tratos a cães em corridas diz ser ameaçada

Cães da raça galgo são utilizados para corridas em Santa Catarina. Protetora dos animais que denunciou maus-tratos é vítima de ameaças

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Veterinária que denunciou maus-tratos em corridas de cães é ameaçada - Metrópoles
1 de 1 Veterinária que denunciou maus-tratos em corridas de cães é ameaçada - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

A médica veterinária e ativista pela causa dos animais Katia Chubaci afirmou que sofre ameaças após denunciar maus-tratos contra cães da raça galgo utilizados em corridas no estado de Santa Catarina. Os organizadores dos eventos são acusados por Katia de aplicar anabolizantes nos cachorros para que eles tenham um melhor desempenho físico.

Segundo a médica veterinária, que foi à polícia denunciar as ameaças, alguns dos participantes das corridas chegaram a ir à casa dela para tentar intimidá-la para que ela parasse com o trabalho contra a corrida de galgos em Santa Catarina.

Em janeiro de 2021, Katia realizou o resgate de quatro galgos, duas fêmeas e dois machos, que eram utilizados para a corrida de cachorros. De acordo com a médica, os animais estavam com músculos atrofiados devido ao uso de anabolizantes aplicados pelos organizadores do evento.

A médica veterinária declarou que os animais chegaram a ter crises convulsivas devido ao vício nos remédios. Além disso, os cachorros apresentavam um estado de saúde crítico em decorrência das condições em que viviam.

Na sua clínica veterinária, Kátia castrou os animais, uma das medidas adotadas para evitar que os cachorros sejam utilizados para o comércio de filhotes e expostos a doenças, e cuidou da saúde deles.

Após o resgate, os responsáveis pelas corridas foram denunciados por maus-tratos aos animais pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. A Polícia Civil de Santa Catarina abriu um inquérito para investigar a ação e tornou réus Luiz Alberto Bonet Lima, Diego Peçanha Gomes, Marcio Leandro Esau Harder, Jardel Pagani e Emerson Luciano Polli. O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa dos acusados.

No entanto, na última quarta-feira (3/5), o juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Araranguá, Gustavo Santos Mottola, determinou a devolução dos quatro animais aos seus antigos tutores e réus no caso. Caso não seja cumprida a decisão, será determinada a busca e apreensão e multa de R$ 20 mil por cachorro.

Katia relatou ao Metrópoles que também recebeu áudios em que suspeitos de participarem da corrida de galgos declaram que irão assassinar os cachorros que foram castrados.

Confira o estado em que os cachorros chegaram na clínica de Katia Chubaci:

Logo após os cuidados médicos, os cachorros foram encaminhados para abrigos temporários, onde são ressocializados. Veja imagens recentes dos animais:

Além do crime de maus-tratos, Kátia afirma que os cachorros são utilizados para caça de animais silvestres. Como forma de punição, os cães têm os seus rabos amputados, são enforcados e vítimas de outras agressões.

Para Bárbara Hartmann, advogada, ativista e presidente da Comissão de Direitos dos Animais Secção São José, seria um retrocesso devolver os animais para os seus antigos tutores.

“Santa Catarina não pode ser um retrocesso na causa animal. Somos um estado referência para o país. Somos um estado defensor dos animais e devolver esses animais é desmoralizar o Poder Executivo e o Legislativo catarinenses”, afirma Bárbara Hartmann.

O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil de Santa Catarina, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

A corrida de galgos não é proibida pelo governo federal. Entretanto, alguns estados, como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, proibiram tais práticas por entenderem que provocam dor ou sofrimento aos animais.

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