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Atirador do RS: quem tem esquizofrenia pode registrar armas? Entenda

Atirador que matou 3 pessoas e deixou várias feridas em Novo Hamburgo (RS) tinha histórico de esquizofrenia e possuía 4 armas legalizadas

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Edson Fernando Crippa, atirador de Novo Hamburgo
1 de 1 Edson Fernando Crippa, atirador de Novo Hamburgo - Foto: Reprodução

O recente caso de um atirador que fez reféns, matou três pessoas e deixou várias pessoas feridas em Novo Hamburgo (RS) reacendeu debates sobre os critérios de concessão de armas no país. Edson Fernando Crippa, caminhoneiro de 45 anos, de acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, tinha histórico de esquizofrenia e possuía quatro armas legalizadas.

A situação traz à tona a seguinte pergunta: quem tem transtornos mentais como esquizofrenia pode registrar armas no Brasil?

Crippa era colecionador, atirador e caçador (CAC), tinha o registro das armas por meio da licença Sigma, emitida pelo Exército. Segundo a Polícia Civil, ele havia sido internado quatro vezes por conta de sua condição psiquiátrica, mas não tinha antecedentes criminais.

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Edson Fernando Crippa, atirador de Novo Hamburgo
Buracos de bala em casa onde atirador fez família refém, em Novo Hamburgo (RS)
Casa onde atirador fez família refém, em Novo Hamburgo (RS)
Casa onde atirador fez a famílai refém e matou três pessoas em Novo Hamburgo (RS)
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Edson Fernando Crippa, atirador de Novo Hamburgo

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Atirador de Novo Hamburgo mata PM, pai e fere 10 pessoas

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Como funciona a concessão de porte de armas?

Há diversos requisitos necessários para obter o porte de arma no Brasil. Um deles é que o cidadão precisa passar por uma avaliação psicológica e apresentar um laudo de aptidão mental, além de comprovar capacidade técnica no manuseio de armas. Sendo assim, uma pessoa diagnosticada com esquizofrenia em tese não poderia obter o porte.

Apesar disso, conforme explica a especialista em segurança pública Estela Mares Vaz Rodrigues Araújo, a avaliação de sanidade mental ocorre apenas no momento da solicitação ou renovação da licença, que acontece a cada cinco anos.

“As avaliações são pontuais e não há monitoramento contínuo após a concessão”, destaca a especialista.

Segundo Estela Mares, é possível que a esquizofrenia de Crippa estivesse controlada no momento em que ele fez as avaliações exigidas, sem sinais que o impedissem de obter o porte.

Ela ressalta que uma análise mais profunda deveria levar em conta o histórico psiquiátrico completo do requerente, incluindo a frequência de surtos psicóticos e o acompanhamento médico regular. “O transtorno estava sendo tratado? Quando foi o último surto? Essas são perguntas que precisam ser respondidas para se avaliar adequadamente o risco”, afirma.

Falhas no monitoramento

Uma das principais falhas apontadas por especialistas é a falta de acompanhamento regular da saúde mental dos portadores de armas.

“Indivíduos podem estar em tratamento e com o transtorno controlado no momento da concessão, mas, no intervalo entre uma avaliação e outra, podem sofrer um surto sem que isso seja detectado pelo sistema”, explica Estela Mares.

Além disso, a ausência de uma integração eficiente entre os sistemas de saúde e segurança pública agrava o problema. Atualmente, não há um compartilhamento automatizado de informações sobre internações psiquiátricas ou tratamentos que possam interferir na capacidade de alguém portar uma arma de forma segura.

“Mesmo que a pessoa seja internada, isso nem sempre é comunicado aos órgãos responsáveis pelo controle de armas”, alerta a especialista.

O caso

O caminhoneiro Edson Fernando Crippa, de 45 anos, fez a família de refém em Novo Hamburgo (RS), nesta quarta-feira (23/10). Ele matou três pessoas: o pai, o irmão e um policial militar. Ele acabou morrendo na ação. No total, 12 pessoas ficaram feridas após troca de tiros entre Edson e a Brigada Militar.

Edson tinha quatro armas registradas no nome dele, segundo o Sistema de Consultas Integradas: 1 pistola Taurus PT111G2 calibre 9 mm, 1 rifle calibre 22, 1 espingarda calibre 12 e 1 pistola .380.

De acordo com o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o atirador tem histórico de esquizofrenia e já foi internado quatro vezes por conta da doença. Edson Crippa era colecionador, caçador desportivo e caçador (CAC), sem antecedentes criminais, e tinha licença Sigma do Exército. “Todas as armas eram legalizadas”, informou Sodré.

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