Atirador de Goiânia se inspirou em Columbine e Realengo, diz polícia
Segundo informações da Polícia Civil, crime foi premeditado com o objetivo de matar colega que praticava bullying
atualizado
Compartilhar notícia
Vítima de bullying entre os colegas de classe, o adolescente de 14 anos que efetuou disparos em sala de aula no Colégio Goyases, em Goiânia, afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que se inspirou nos massacres de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, para planejar o crime. O tiroteio, ocorrido na manhã desta sexta-feira (20/10), deixou dois adolescentes mortos e quatro feridos.
Em coletiva de imprensa, o delegado titular da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depae), Luiz Gonzaga Júnior, informou que o objetivo do jovem, segundo o próprio rapaz, era matar um estudante que praticava bullying contra ele. O colega foi o primeiro a ser morto. Em seguida, segundo Gonzaga Júnior, o adolescente teria continuado os disparos de forma aleatória e afirmado: “Vocês todos vão morrer”.
Os massacres mencionados pelo estudante foram praticados em escolas por alunos e ex-alunos. Em ambos os casos, os autores dos disparos eram vítimas de bullying que cometeram suicídio após os tiroteios. Em Realengo, 12 crianças morreram e 17 ficaram feridas no ataque praticado por Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, em 7 de abril de 2011. O tiroteio iniciado por Eric Harris e Dylan Klebold, em Columbine, deixou 12 mortos e 21 feridos em 20 de abril de 1999.O delegado afirmou que o jovem chegou a realizar pesquisas na internet sobre os dois crimes e que alimentava a ideia de repeti-los em Goiânia há aproximadamente dois meses. De acordo com a Polícia Civil, o adolescente mantinha boas notas na escola e possuía um bom relacionamento com os pais. Ele não havia reportado nenhum incidente de bullying a funcionários do colégio.
Arma da mãe
O estudante usou uma pistola .40, de propriedade da mãe, que é da Polícia Militar. O jovem estava na classe desde o início da manhã e efetuou múltiplos disparos contra os colegas por volta das 11h50, ao término de uma aula. Nenhum professor ou funcionário da escola foi ferido.
O adolescente foi apreendido 20 minutos depois e levado para a Depae. De acordo com a PM, colegas de turma apontam que ele sofria provocações pelo mau cheiro. Um deles teria levado um desodorante para o colégio nesta sexta (20).
O socorro foi chamado por uma professora por volta das 12h. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou as duas mortes. De acordo com os bombeiros, os feridos são: Isadora de Morais, Marcela Rocha Macêdo, Lara Fleury Borges e Yago Marques.
Três deles, em estado grave, foram transportados de helicóptero para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e receberam atendimento médico. Uma das adolescentes se encontra sedada e entubada.