Atirador de GO será encaminhado para internação apenas nesta segunda
Apesar de decisão judicial determinar remoção imediata para centro, transferência ainda não foi realizada. Jovem segue na Depai desde sexta
atualizado
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Apesar de decisão da juíza plantonista Mônica Cézar Moreno Senhorello determinar a internação imediata por 45 dias do adolescente de 14 anos que abriu fogo contra colegas de classe no Colégio Goyases, em Goiânia, o estudante só deverá ser encaminhado para o Centro de Internação Provisória da capital goiana nesta segunda (23/10).
Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), o adiamento da transferência para um dia útil é procedimento padrão quando resulta de sentenças emitidas aos fins de semana. Assim, o adolescente segue apreendido na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), onde se encontra desde a última sexta (20), dia do ataque.
Ainda nesta segunda, o estudante deverá ser ouvido oficialmente pelo Juizado da Infância e Juventude. Só após o depoimento o caso será remetido a um promotor da área que dará prosseguimento ao processo. Neste sábado (21), o jovem, acompanhado pelo pai, prestou depoimento ao promotor de plantão, Cássio Sousa Lima.O período de 45 dias determinado para a internação provisória corresponde ao prazo estimado para a conclusão do processo e a decisão final da Justiça. Só quando terminado esse trâmite, virá uma sentença judicial definitiva. A internação máxima de menores de 18 anos em conflito com a lei, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é por três anos.
Em sua decisão, a juíza diz que “a custódia cautelar do adolescente é medida que se impõe para a garantia da ordem pública, considerando a gravidade do ato infracional análogo ao crime de homicídio consumado e tentado” e, por outro lado, é também um “forma de preservar a integridade física do representado.”
O jovem foi encaminhado ao Depai após ser apreendido por policiais militares na biblioteca do Colégio Goyases, logo após o ataque aos colegas: dois morreram e outros quatro ficaram feridos. Os pais do estudante, ambos policias militares, deverão ser ouvidos oficialmente pela Corregedoria da Polícia Miliar de Goiás durante a próxima semana: como a arma usada pelo jovem pertencia à mãe, a PM vai averiguar se houve negligência na guarda do equipamento.