Atingida por temporal, cidade de Muçum (RS) está 80% embaixo d’água
Centenas de moradores de Muçum, no Vale do Taquari, tiveram que subir nos telhados de suas casas para fugir das enchentes
atualizado
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O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul (RS) na madrugada de segunda-feira (4/9) deixou rastro de destruição por onde passou. Diversas cidades do RS estão em estado de alerta mas, para outras, a situação é ainda mais caótica: o município de Muçum está com 80% da cidade embaixo d’água, segundo a Defesa Civil.
Mais de 40 cidades do estado registraram algum tipo de estrago devido às chuvas fortes, e cinco pessoas morreram em função dos acontecimentos em todo o Rio Grande do Sul.
Cerca de 80% da cidade de Muçum, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, está embaixo d’água, de acordo com a Defesa Civil do município. Centenas de pessoas tiveram que subir nos telhados de suas casas para fugir das enchentes.
A RS-129, principal acesso à cidade, está bloqueada no sentido da cidade de Encantado (RS), que também teve que declarar estado de emergência.
Segundo o prefeito de Muçum, Mateus Giovanoni Trojan, essa é a maior enchente da história do município. A prefeitura de Muçum solicitou o apoio de helicópteros do governo estadual, e prevê que o nível do rio pode chegar a 24,9 metros. Trojan está em Brasília nesta terça-feira (5/9) em busca de ajuda do governo federal para o socorro do município.
Já o prefeito de Roca Sales (RS), Amilton Fontana, chegou a afirmar que a cidade está ilhada, e recomendou que as pessoas deixassem suas residências em busca de abrigo, alertando para sempre andarem com os documentos em mãos. Ao todo, 54 cidades já noticiaram ocorrências por causa dos fortes ventos, chuvas e enchentes. Cinco pessoas morreram, quatro no RS e uma em SC.
Em resposta ao caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou que o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Aparecido Wolff Barreiros, visitará as regiões do Rio Grande do Sul afetadas pela passagem do ciclone extratropical na quarta (6/9).
Como se proteger
Em caso de enchentes, recomenda-se sempre buscar lugares altos e conhecer bem o local em que você está, ou que vai morar. Mas o mais importante é não tentar atravessar as águas da enchente, já que muitas vezes a correnteza não se mostra visível. Também é aconselhado a não dirigir nessas regiões e, se for inevitável, tentar expor o mínimo do corpo (se estiver a pé) ou do veículo às águas.
Confira sugestões do que fazer:
- Esteja atento às notícias se você vive em áreas de inundação;
- Busque locais altos;
- Conheça os locais próximos que podem inundar (rios, córregos, etc) e mantenha-se longe deles;
- Caso esteja em casa quando a enchente começou, leve itens de sobrevivência (água potável, alimentos prontos e roupas secas) e de primeiros socorros durante a fuga;
- Caso não consiga sair de casa, coloque os itens de sobrevivência e primeiros socorros no andar superior;
- Não tente proteger seus pertences;
- Desligue a energia elétrica;
- Feche registros de água;
- Não tente atravessar a enchente (nem sempre a correnteza está visível na parte superior);
- Se tiver que entrar na água, busque por regiões em que o mínimo possível do seu corpo entra nela;
- Fique longe de linhas elétricas;
- Não dirija em áreas inundadas – 50cm são o necessário para fazer o carro flutuar e 10cm para perder o controle dele.
O ciclone e a onda de frio
A expectativa é que o ciclone, que se formou próximo nas adjacências de São Borja (RS), se desloque rumo ao Oceano Atlântico até o meio-dia e, depois, siga para alto-mar.
As vítimas do temporal que atingiu o RS residiam nas cidades de Mato Castelhano, Passo Fundo e Ibiraiaras, três delas por ficarem presas em veículos e uma por descarga elétrica.
Entre os locais mais afetados pelas condições climáticas em questão, estão Passo Fundo, Serafina Corrêa, Taquari, Roca Sales, Vacaria e Cruz Alta.
A recomendação é para que as pessoas nos locais atingidos pelas chuvas intensas busquem abrigo em locais altos.
Chuva acumulada entre sexta à noite e a noite da segunda-feira:
- Passo Fundo: 310 mm;
- Serafina Corrêa: 281 mm;
- Vacaria: 279 mm;
- Cruz Alta: 274 mm;
- Ijuí: 266 mm;
- Ibirubá: 236 mm;
- Cambará do Sul: 219 mm;
- Caxias do Sul: 192 mm;
- Santa Maria: 185 mm;
- Santiago: 185 mm;
- Palmeira das Missões: 185 mm;
- Santa Rosa: 162 mm;
- Campo Bom: 131 mm;
- Porto Alegre: 104 mm.
A chuva extrema ocorreu como consequência da atmosfera instável devido a um centro de baixa pressão. Um rio atmosférico intenso trouxe muita umidade da Amazônia para o Rio Grande do Sul, junto a um corredor de vento em baixos níveis da atmosfera com ar quente. Apesar disso, o fenômeno de chuvas intensas não é atrelado ao ciclone.
A previsão climática havia sido feita na última sexta-feira (1º/9) pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e posteriormente reforçada pelo Climatempo Meteorologia e pelo MetSul.