Atila Iamarino tem dados do ConecteSUS alterados e questiona segurança
Biólogo e influenciador digital que se opôs às políticas do governo na pandemia teve nome e nacionalidade alterados em cartão de vacinação
atualizado
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O biólogo e divulgador científico Atila Iamarino ganhou notoriedade nas redes sociais ao longo da pandemia graças a seu trabalho de difundir informações sobre o coronavírus e defender medidas como o uso de máscaras e o isolamento social como importantes para evitar o contágio – bandeiras que o fizeram um alvo da militância negacionista. Nesta terça-feira (9/11), Iamarino usou seu perfil no Twitter para revelar que seu cartão de vacinação no sistema ConecteSUS, do Ministério da Saúde, foi invadido e vandalizado.
O influenciador reclamou sobre a falta de segurança de seus dados no sistema oficial. Veja a postagem:
Descobri que também invadiram meus dados no ConecteSUS. Alteraram meu nome, o nome da minha mãe e minha nacionalidade no certificado de vacinação, em documento oficial…@minsaude como me sentir com meus dados na mão de quem faz isso? Com os dados do meu filho lá? pic.twitter.com/C9LyGd3UOj
— Atila Iamarino *vacinado e de licença paternidade (@oatila) November 9, 2021
Mais casos
Com a invasão, Iamarino se junta a um grupo de pessoas – invariavelmente críticos do governo Bolsonaro – que tiveram seus dados alterados no mesmo sistema.
Em julho deste ano, o ex-candidato a presidente do Brasil e a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSol) teve o cadastro alterado e o nome de seus pais mudados por ofensas e xingamentos. Na época, o Ministério da Saúde admitiu que a alteração foi feita por um servidor credenciado para utilizar o sistema.
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, constava como morta no sistema do governo federal e enfrentou dificuldades para receber a segunda dose do imunizante. A Polícia Federal chegou a abrir inquérito para investigar o caso.
Em outubro, os youtubers Felipe Neto, Felipe Castanhari e Nyvi Estephan relataram problemas parecidos. Mais uma vez, o Ministério da Saúde admitiu que as mudanças tinha sido feitas por pessoas com acesso formal ao sistema, mas não deu detalhes sobre punições ou investigações.
Sobre o caso de Atila Iamarino, a pasta ainda não se pronunciou.