Atendido em hospital de NY, Queiroga não responde se tomou cloroquina
O ministro da Saúde informou que recebeu prescrição médica para uso de medicamentos, mas se recusou a dizer quais remédios tomou
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, nesta terça-feira (5/10), que recebeu atendimento hospitalar nos Estados Unidos para tratar sintomas da Covid-19. O cardiologista retornou aos trabalhos oficiais nesta manhã, após 13 dias de quarentena em Nova York.
Marcelo Queiroga integrava a comitiva presidencial para participação na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mas foi contaminado pelo coronavírus durante a estada no país.
Questionado sobre o período de isolamento, Queiroga afirmou que teve febre alta e, por isso, decidiu procurar um hospital na cidade. Ele informou ter recebido prescrição para uso de medicamentos, mas se recusou a dizer quais remédios tomou.
“Essa questão é privativa minha, do tratamento que eu fiz, está certo? Eu tomei o medicamento prescrito pelo meu médico. Meu médico dos Estados Unidos, porque médicos não prescrevem a distância. Então, procurei um médico, como todo mundo faz. Quando você está doente, não procura um um um hospital, um consultório? O médico lhe prescreve um medicamento e você toma. Ou não”, afirmou.
Nos primeiros dias da quarentena, Queiroga ficou isolado no hotel em que a comitiva presidencial que participou da Assembleia Geral da ONU ficou hospedada. De acordo com dados oficias, a quarentena do ministro em Nova York custaria R$ 34 mil em diárias ao governo brasileiro.
Segundo decreto de 2008, cada ministro do governo brasileiro tem direito à diária de US$ 460 por dia, quando viaja a serviço. O valor é o mais alto da tabela. Como ficaria em quarentena por 14 dias, Queiroga receberia US$ 6.440, o equivalente a R$ 34 mil.
Para reduzir gastos, o ministro chegou a trocar de hotel. Nesta terça-feira, ele informou que ficou hospedado na casa de amigos.
“Minha esposa teve uma licença do governo americano para que fosse ficar comigo, agradeço. Fiquei na residência de pessoas amigas, até quando retornei ontem ao Brasil. Fiz teste PCR em duas ocasiões. A gente pensava que eu pudesse voltar na sexta. Infelizmente, não foi possível”, disse.
Discurso de Bolsonaro na ONU
Durante a 76ª Assembleia Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso do chamado tratamento precoce contra a Covid-19, em que se utiliza medicamentos sem comprovação de eficácia para tratar o coronavírus.
“Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico/paciente na decisão de a medicação a ser utilizada no seu uso off-label”, disse o mandatário no fim do discurso.
Nesta terça, Queiroga saiu em defesa do presidente e disse que não houve defesa do Kit Covid, e sim da “autonomia do médico”. “O presidente em nenhum momento na assembleia falou em Kit Covid. O presidente falou em autonomia médica, possibilidade de um tratamento”, assinalou.