Ataques no DF: vídeo mostra homem destruindo relógio de Balthazar Martinot
Imagens de câmeras de segurança flagraram o homem destruindo o histórico e raríssimo relógio de Balthazar Martinot
atualizado
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Entre as inúmeras cenas de violência que marcaram os atos terroristas no domingo (8/1), está a de um homem flagrado por câmeras de segurança interna do Palácio do Planalto jogando no chão e quebrando o raríssimo e histórico relógio de Balthazar Martinot, de valor inestimável. Outras obras também foram destruídas.
O relógio de pêndulo do século 17 foi um presente da Corte Francesa para dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor do item é considerado fora de padrão.
Nas imagens, obtidas pelo Fantástico, da TV Globo, um homem de cabelos negros e curtos, vestindo uma camisa com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aproxima-se da mesa em que está o relógio e puxa a peça para o chão. Em seguida, arrasta móveis próximos à obra e esvazia um extintor de incêndio em cima de um lance de escadas.
Veja vídeo:
➡️Ataques no DF: vídeo mostra homem destruindo relógio de Balthazar Martinot
Imagens obtidas pelo Fantástico flagraram o homem destruindo o histórico e raríssimo relógio de Balthazar Martinot.
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— Metrópoles (@Metropoles) January 16, 2023
Confira outras obras destruídas pelos terroristas:
De acordo com o Palácio do Planalto, os bolsonaristas radicais destruíram obras que estavam no térreo, no primeiro e no segundo andares do prédio.
Veja a lista abaixo:
No andar térreo:
Obra Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e danificadas.
No 2º andar:
O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente com fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.
No 3º andar:
As mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanho. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maiores em leilões.
Obra “O Flautista”, de Bruno Jorge — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil.
Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
Relógio de Balthazar Martinot.
Diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho afirma que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do relógio de Balthazar Martinot.