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Atakarejo vai pagar R$ 20 milhões por tortura e morte de jovens negros

Atakarejo foi condenado após seguranças da empresa entregarem dois jovens negros a traficantes, que torturaram e mataram as vítimas

atualizado

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Fotografia colorida de Bruno e Yan rendidos por segurança de supermercado Atakarejo
1 de 1 Fotografia colorida de Bruno e Yan rendidos por segurança de supermercado Atakarejo - Foto: Redes sociais

A rede atacadista da Bahia Atakarejo vai pagar R$ 20 milhões de indenização por danos morais coletivos à população negra baiana devido ao assassinato de dois jovens negros que furtaram carne em um atacado da empresa em 2021. O acordo foi fechado com a Defensoria Pública da União (DPU) e outras entidades da Bahia.

Segundo nota do Ministério Público da Bahia (MP-BA), o valor da indenização será pago ao Fundo de Promoção de Trabalho Decente (Funtrad) do Estado da Bahia. O Atakarejo deverá fazer o pagamento em 36 parcelas fixas a partir de outubro.

O acordo homologado nessa segunda-feira (18/9) prevê que o dinheiro da indenização custeará, preferencialmente, iniciativas relacionadas ao combate do racismo estrutural.

 

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A rede de supermercados foi condenada a pagar R$ 20 milhões em indenização pela morte dos dois jovens negros
Após serem entregues por seguranças do supemercado Atakarejo, Bruno e Yan foram torturados e mortos por traficantes
Vídeo mostra o momento em que seguranças imobilizaram os dois jovens negros
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Bruno e Yan foram entregues à integrantes de uma facção criminosa na Bahia

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A rede de supermercados foi condenada a pagar R$ 20 milhões em indenização pela morte dos dois jovens negros

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Após serem entregues por seguranças do supemercado Atakarejo, Bruno e Yan foram torturados e mortos por traficantes

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Vídeo mostra o momento em que seguranças imobilizaram os dois jovens negros

Por ter sido protocolado no âmbito de uma ação civil pública, o acordo não elimina outros processos abertos contra a empresa na esfera criminal, como ações indenizatórias às famílias das vítimas.

Além da indenização, o acordo estipula que sejam proibidas filmagens dentro de supermercados da Atakarejo, que também não deverá contratar empresas de segurança que tenha “policiais civis ou militares da ativa ou que tenham sido expulsos das instituições”.

A empresa ainda terá de seguir uma meta de equidade racial de seu quadro de funcionários com base na composição étnica da Bahia e a realização de um programa de estágio com vagas exclusivas para a população negra.

“Nos próximos seis meses, a Atakarejo deverá atualizar o seu Código de Ética e Conduta para reforçar, de modo objetivo, a proibição de práticas discriminatórias ou que possam gerar constrangimento e demais riscos identificados e qualquer forma de violência física ou moral por qualquer dos seus trabalhadores, bem como revisar o conteúdo de sua política de diversidade e inclusão reforçando a ideia de tolerância zero à discriminação”, destacou o MP-BA sobre o acordo firmado.

O Metrópoles procurou a Atakarejo paracomentar o acordo, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.

Entenda

Em 2021, seguranças do contratados por uma unidade da Atakarejo entregaram Bruno Barros e Yan Barros, tio e sobrinho, com 29 e 19 anos, para integrantes de uma facção criminosa da Bahia.

Os dois foram acusados de roubarem R$ 700 em carne do atacadão. Fotos chegaram a mostrar Bruno e Yan rendidos no pátio de uma unidade do atacadão, ao lado de quatro pacotes de carne. Eles apareciam diante de um homem que seria segurança da Atakarejo.

Ao serem entregues à intregrantes de uma facção, Bruno e Yan acabaram torturados e mortos. Os corpos dos dois foram encontrados no porta-malas de um carro. Supostamente, uma “lei” da região proíbe roubos para não atrair policiais.

Sete pessoas foram presas: três seguranças e quatro traficantes.

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