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Atacada por Bolsonaro, Coronavac imunizou 47,8 milhões de brasileiros

Produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, vacina representa 38,6% das doses aplicadas até o momento na campanha

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
produção coronavac - instituto butantan
1 de 1 produção coronavac - instituto butantan - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Alvo de ataque do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a vacina Coronavac contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, representa 38,6% das doses aplicadas no Brasil, chegando ao braço de 47,8 milhões de brasileiros entre primeira e segunda doses.

Ao todo, o Ministério da Saúde já distribuiu 164,1 milhões de doses da vacina. As secretarias de Saúde já aplicaram 126,6 milhões, entre primeira, segunda e dose única, no caso da Janssen.

Nesse contexto, a Coronavac é a segunda vacina mais usada no país, ficando atrás apenas da AstraZeneca, com 47,3%. A Coronavac foi a primeira a ser aplicada no Brasil, em 17 de janeiro.

A Coronavac é produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, com tecnologia da farmacêutica chinesa Sinovac.

Veja doses aplicadas por laboratório:

  • AstraZeneca: 47,4% – 58,6 milhões
  • Coronavac: 38,6% – 47,8 milhões
  • Pfizer: 11% – 13,6 milhões
  • Janssen: 3% – 3,7 milhões

Apesar da importância da Coronavac na campanha brasileira de imunização contra a Covid-19, o presidente tem desacreditado a funcionalidade do imunobiológico e levantando suspeitas sobre o contrato de fornecimento.

Nesta sexta-feira (23/7), em entrevista à Rádio Grande FM, de Dourados, em Mato Grosso do Sul, Bolsonaro mentiu ao dizer que a vacina não tem funcionalidade garantida.

“Vacina como a Coronavac ainda não tem… não está cientificamente comprovada. Como é que pode alguém querer obrigar alguém a tomar algo que não está comprovado cientificamente? Por outro lado, o tratamento precoce, como temos aí o deputado de Mato Grosso do Sul, ele defende o tratamento precoce. E digo mais: é obrigação do médico buscar uma alternativa para alguém que está sofrendo, e não usar o protocolo Mandetta [referindo-se a Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde], que é o vá para casa, quando sentir falta de ar, procure o médico”, salientou.

Apesar dos ataques, a vacina passou por testes e teve o uso aprovado, após comprovadas a segurança e a eficácia, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Contrato

Antes, na quinta-feira (22/7), em entrevista ao grupo Banda B, parceiro do Metrópoles no Paraná, o chefe do Palácio do Planalto já havia questionado o contrato com o Instituto Butantan. Para Bolsonaro, a vacina está com valor acima do mercado.

““Há dois dias eu tenho falado que recebemos proposta da Sinopharm para vender a vacina Coronavac diretamente da China por US$ 5 a dose, enquanto o Butantan nos cobra US$ 10. Alguma coisa está acontecendo”, insinuou o presidente.

Versão oficial

Nesta sexta-feira, o Butantan divulgou nota rebatendo o presidente, defendendo a Coronavac e negando qualquer irregularidade na contratação.

“A negociação entre o Butantan e o Ministério da Saúde passou por todas as etapas legais, incluindo a apresentação da planilha de custos da vacina para as equipes técnicas do governo federal, em reunião no mês de outubro de 2020. O valor final das vacinas ofertadas pelo Butantan inclui todas as despesas ordinárias diretas e indiretas, incluindo o preço pago à Sinovac”, destaca trecho da nota.

“É de conhecimento do Butantan que no início do mês de julho o consórcio Covax Facility ofertou vacinas ao Ministério da Saúde. A quantidade, de apenas 500 mil doses, faz parte de um lote de 20 milhões de vacinas, a preço de custo”, explica o instituto.

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