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Assustados com repercussão, sequestradores pensaram em entregar bebê de 2 anos

Suspeitos de tráfico humano se assustaram com a repercussão do caso e pensaram em devolver a criança no Fórum, de acordo com a polícia

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida do capô de uma viatura da Polícia Civil de São Paulo - Metrópoles - Foto: Divulgação

De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, os suspeitos de sequestrarem um menino de 2 anos, em Santa Catarina, entregariam a criança ao Fórum de Taubaté, em São Paulo. A dupla teria se assustado após a grande repercussão do caso. Marcelo Valverde, de 52 anos, e Roberta Porfírio, de 41, foram presos em flagrante quando chegavam ao local. A prisão aconteceu na segunda-feira (8/5).

O bebê estava desaparecido desde o último dia 30 de abril, quando foi levado da cidade de São José (SC). O sumiço da criança foi denunciado pela avó e por tios maternos.

Segundo a corporação, o casal detido não tem relação afetiva com o menino e faria a entrega dele a um segundo casal de receptados, que também foi identificado. Agora, a polícia quer descobrir se a mãe do bebê, de 22 anos, teria recebido dinheiro pelo filho.

A mulher, considerada uma pessoa “financeira e psicologiamente frágil”, informou que deu o filho espontaneamente, “sem recebimento de nenhuma vantagem”, “constrangimento” ou “ameaça”. Os contatos entre ela e os suspeitos começaram quando o bebê nasceu.

Aliciamento

Em coletiva de imprensa, o delegad0-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, informou que Nathalia conheceu os suspeitos por intermédio de um grupo de ajuda, numa rede social. “Diante de sua vulnerabilidade, ela teria sido cooptada ou induzida a fazer essa entrega [do filho]”, disse ele.

Segundo o investigador, os suspeitos presos não são um casal. Um deles seria o aliciador.

“Eles veem a repercussão do caso, ficam com medo, fazem contato com o Fórum de Tatuapé e, a partir da interlocução com juiz e promotores de SP, é pedido que ele apresentem a criança lá. No caminho ocorre a abordagem da polícia e eles são presos. Depois, foram conduzidos até o Fórum e o juiz determinou que fossem levados à delegacia, e que a criança fosse levada a um abrigo”, contou.

A mãe de Nicolas passou três dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela ingeriu medicamentos após entregar a criança aos suspeitos. A suspeita é de que ela era aliciada desde o nascimento da criança.

Segundo a delegada Sandra Mara Pereira, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de São José (SC), considera que a mãe apresenta “quadro de extrema vulnerabilidade”, tem “histórico de agressões no interior do lar”.

Retorno a SC

De acordo com as autoridades catarinenses e paulistas, a criança está bem, em segurança e com o Conselho Tutelar em São Paulo. Os trâmites necessários para que ela retorne ao estado já estão em andamento. Quando chegar a Santa Catarina, o menino deverá ficar, a princípio, com a avó materna.

O governo de Santa Catarina determinou apoio de agentes, como um psicólogo da Polícia Civil, além de PMs, para São Paulo, “para darem todo apoio necessário à criança”, que, segundo o secretário de Segurança Pública, Paulo Cezar Ramos de Oliveira, “está extremamente fragilizada”.

A expectativa é de que um avião seja disponibilizado para levar o menino, assim que o retorno for autorizado.

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