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Associação Yanomami exige medidas após estupro coletivo em Roraima

Na última segunda, uma menina yanomâmi foi estuprada por 4 homens, todos do mesmo povo indígena. Associação Yanomami exige medidas

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Rovena Rosa/Agência Brasil
Yanomami
1 de 1 Yanomami - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Hutukara Associação Yanomami afirmou, em nota divulgada nas redes sociais, que a violência não deve ser normalizada, em referência ao caso de uma menina yanomâmi ter sido brutalmente violentada por um grupo de pessoas pertencentes ao mesmo povo indígena.

Na última segunda-feira (18/12), dois homens adultos e dois adolescentes, todos indígenas, violentaram uma meninas yanomâmi de 11 anos em Boa Vista, capital de Roraima. Antes do estupro coletivo, o grupo ainda embriagou a criança. O caso aconteceu em uma região de mata, próximo a uma Casa de Saúde Indígena (Casai), voltada para o atendimento de pessoas de povos originários.

A instituição cobrou por melhorais na segurança e proteção de crianças, adolescentes e mulheres que frequentam essas unidades.

“Cobramos das autoridades governamentais a implementação de políticas de segurança e medidas de proteção para crianças, adolescentes e mulheres Yanomami dentro desta casa que deveria ser um local de acolhimento saudável para pacientes e acompanhantes”, escreve a associação, em nota.

Uma das principais demandas que a instituição destaca é a separação do grupo das crianças, adolescentes e mulheres, dos demais, a fim de evitar que casos brutais como esse se repitam.

“Uma das medidas é a construção de uma Casa de Apoio à Saúde Indígena somente para as mulheres ianomâmi. Caso não seja possível, no mínimo, [a criação de] uma ala somente para crianças, adolescentes e mulheres e implementação de programas de proteção. Não vamos normalizar a violência dentro da Casai-Y ou qualquer outro espaço que faça atendimento ao nosso povo”, conclui.

Os dois homens adultos, de 21 e de 27, respectivamente, foram presos pelo “crime de estupro de vulnerável e com conduta que resultou em lesão corporal de natureza grave”, segundo nota do governo de Roraima. Além da violência sexual, a menina também foi espancada, sofrendo lesões graves ao redor do corpo.

Os outros dois menores que também participaram do crime, de 15 e 17 anos, foram apreendidos por ato infracional.

Todos os suspeitos foram presos em flagrante, ao redor da vítimas, no mesmo local. De acordo com informções do governo, um deles teria confessado no primeiro contato com os agentes que, junto com os outros três envolvidos, estava alcoolizado.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital afirmou, em nota, que a menina deu entrada no Hospital da Criança Santo Antônio por volta das 18h30, na segunda. Ela recebeu atendimento médico e seu quadro de saúde é estável. A menina segue sob observação.

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, do Ministério da Saúde, comentou o caso. Ele repudiou “veementemente” o caso e disse que a pasta vem prestando “todo o apoio e acolhimento à vítima e seus familiares”.

“É importante reforçar que a desorganização social, a perda dos modos dos vida dos povos originários, os relatos de abuso sexual, dependência química e violência que impactam essa população ainda são consequências do abandono e do avanço do garimpo ilegal que acabou levando o povo Ianomâmi a esse cenário de grave crise humanitária e sanitária, que atingiram as comunidades indígenas nos últimos anos”, afirma o secretário

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