Associação recebe mais de mil denúncias por remédios veterinários falsos
Na quarta-feira (29/9), a Polícia Civil interditou distribuidoras no Sul Fluminense. O mercado pet faturou R$ 40,8 bilhões em 2020 no país
atualizado
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Rio de Janeiro – A operação da Polícia Civil que interditou, nesta quarta-feira (29/9), uma distribuidora de medicamentos falsos para pets, em Resende, no Sul Fluminense, acende um sinal de alerta para os donos de animais. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), só neste ano foram mais de mil denúncias do tipo no país.
“Não existe medicamento verdadeiro por metade do preço, não há fórmula mágica. Nesta distribuidora, eles copiavam a bula de remédios líderes de mercado, os princípios ativos, e revendiam. Foram apreendidos milhares deles”, afirmou Rodolpho Ramazzini, diretor da ABCF, que recebeu neste ano 80 denúncias desse naipe.
Segundo Ramazzini, os estados recordistas de queixas são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O mercado pet brasileiro concluiu o ano de 2020 com um faturamento de R$ 40,8 bilhões no país, segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB). Os medicamentos representam R$ 5,3 bilhões da quantia.
“Os números atualizados apontam que, apesar das dificuldades impostas pela crise que veio junto da pandemia, as famílias não deixaram de cuidar de seu pet, mesmo que esse núcleo familiar seja composto apenas por uma pessoa que mora com um animal de estimação”, comenta o presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini.
Investigação
Há dois meses, a ABCF protocolou uma denúncia na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) sobre a comercialização de medicamentos veterinários e antiparasitários ilegais, sem registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os estados do Rio, Espírito Santo, Minas e São Paulo.
“Apreendemos milhares de medicamentos, principalmente antiparasitários ilegais. Eles usam como referência dados de grandes laboratórios para enganar as pessoas. Agora, as investigações continuam para localizarmos a fábrica”, afirmou o delegado da DRCPIM, André Luís Neves.
Dois responsáveis pelo centro de distribuição vão responder por crime contra a propriedade imaterial, por uso de informações de outros laboratórios, e por falsificação de produtos terapêuticos.
A Polícia apura ainda se bichos de estimação morreram por causa da utilização dos produtos.