Assessores do presidente querem ministro do Turismo fora do cargo
Para auxiliares de Bolsonaro, a permanência de Marcelo Antônio Álvaro no cargo desgasta a imagem do presidente
atualizado
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Após novas acusações de envolvimento em candidaturas laranja, a permanência de Marcelo Álvaro Antônio no cargo de ministro do Turismo passou a ser considerada insustentável por alguns membros do governo. A avaliação foi feita em caráter reservado, por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Planalto. Para os assessores, a necessidade de afastamento de Marcelo Antônio ganha força a cada nova acusação, e a insistência do ministro em permanecer no cargo apenas prolonga a crise política. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Segundo o jornal, o caso das candidaturas laranja do PSL ligadas ao ministro ganhou mais duas novas personagens: Zuleide Oliveira e Adriana Borges. Zuleide acusa o ministro de fazer pessoalmente o convite para a candidatura laranja, enquanto Adriana declarou em depoimento ter sido abordada por intermediários de Álvaro Antônio para a negociação do esquema.
O ministro continua negando envolvimento com o caso. Segundo fontes do Planalto, o presidente prefere esperar para tomar uma decisão após uma conclusão de inquérito instaurado pela Polícia Federal. Porém, no momento, Bolsonaro está tentando atrair a simpatia do Congresso para a aprovação da reforma da previdência, e essa espera pode ser prejudicial.
Nessa quinta-feira (7/3) Angelo Giardini de Oliveira, procurador-regional eleitoral de Minas, instaurou investigação para apurar indícios de caixa dois em campanhas do PSL no estado, comandadas por Álvaro Antônio.
A investigação tem como foco principal a denúncia feita por Zuleide Oliveira. Segundo ela estão guardados em sua casa 25 mil folhetos de propaganda eleitoral dela ao lado de Álvaro Antônio, que ela afirma terem sido entregues pelo PSL.
Para o procurador a investigação se faz necessária pois os folhetos não foram declarados à Justiça Eleitoral, o que configura crime de caixa dois.
Zuleide é a primeira candidata a declarar o envolvimento direto do atual ministro nas candidaturas laranja do PSL de Minas. Segundo ela, Álvaro Antônio a recebeu em seu escritório parlamentar em 11 de setembro, quando a convidou para ser laranja e devolver R$45 mil dos R$ 60 mil de verba pública que ela receberia do partido. O ministro nega todas as acusações.