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Assessora de Marielle: “Não vou ficar nas sombras. Só ouvi uma rajada”

O crime, que vitimou a vereadora e o motorista Anderson Gomes, completa um ano na próxima quarta (14/3). Investigações estão sob sigilo

atualizado

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Marielle franco durante discurso em plenário
1 de 1 Marielle franco durante discurso em plenário - Foto: Divulgação

A assessora de Marielle Franco, que estava dentro do carro em que a vereadora do PSol e o motorista Anderson Gomes foram assassinados, deu entrevista neste domingo (10/3) ao Fantástico, na qual mostrou pela primeira vez o rosto. Fernanda Chaves afirmou que, um ano depois do crime, não podia mais “ficar nas sombras” e que “tinha que retomar a vida”. “Não faz sentido eu estar numa sombra. Eu apenas ouvi uma rajada”, afirmou.

A assessora ficou três meses escondida na Europa, protegida por um programa de atenção a testemunhas. Fernanda acredita que é uma “vergonha” que o duplo assassinato ainda não tenha sido elucidado. Durante a entrevista, disse que não se arriscaria a responder à pergunta “Quem matou Marielle?”. Mas, afirmou que o mandato dela estava muito mais dedicado ao enfrentamento das questões de gênero do que a acusações contra às milícias cariocas.

Ela também frisou que a luta de Marielle pelos direitos humanos atraia antipatia de outros políticos. “Muitos não queriam dividir o espaço com uma mulher lésbica e negra”, colocou.

O crime completa um ano no próximo dia 14 de março. Marielle seguia para casa com o motorista e a assessora depois de ter participado de um compromisso público, quando foi atingida na cabeça. O ataque aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio, e a suspeita de execução passou a ser investigada imediatamente.

O duplo assassinato mobilizou o Brasil e teve repercussão internacional. Atualmente, as investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal sob sigilo. Em janeiro deste ano, durante a Operação Intocáveis, ao menos cinco suspeitos de envolvimento na morte da vereadora e do motorista foram presos. Eles fazem parte de uma das milícias mais antigas do Rio de Janeiro, a de Rio das Pedras, e estariam ligados à grilagem de terras na região.

Um dos suspeitos detidos, o policial militar Ronald Paulo Alves Pereira, 43 anos, é investigado por fazer parte do Escritório do Crime, braço armado de uma organização especializada em assassinatos por encomenda.

Homenagens
Neste carnaval, a Mangueira incluiu uma homenagem à vereadora, em samba enredo que destacava a importância de índios e negros para a história brasileira. A escola de samba sagrou-se campeã do grupo especial. O ator Wagner Moura também homenageou Marielle durante o Festival de Berlim, no qual apresentou o filme Marighella. Moura e a equipe do filme posaram com a placa Avenida Marielle Franco, que tem se espalhado entre admiradores da vereadora.

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