Assessor de Bolsonaro passava informações do Planalto a blogueiros, diz jornal
Investigação conduzida pelo STF mostra que youtubers bolsonaristas faturavam mais de R$ 100 mil com informações privilegiadas do Palácio
atualizado
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O inquérito conduzido Superior Tribunal Federal (STF), que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, aponta que youtubers bolsonaristas recebiam informações privilegiadas do Palácio do Planalto para promover as manifestações.
As informações são do Estadão, que teve acesso ao documento. As investigações mostram que funcionários da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e youtubers do chamado “gabinete do ódio” tinham uma relação próxima.
Os responsáveis por compartilhar as informações com os youtubers seriam o assessor especial da Presidência da República, Tércio Arnaud Tomaz, e o ajudante de ordens Coronel Mauro Cesar Barbosa Cid.
Um dos blogueiros privilegiados seria o bolsonarista Allan dos Santos, do canal Terça Livre.
Segundo as investigações, os youtubers faturavam mais de R$ 100 mil por mês nas redes sociais, compartilhando vídeos do presidente, enviados via WhatsApp por Tércio.
Nas investigações, o assessor afirmou que enviava o material aos youtubers para “discutir assuntos do governo”. Ele também disse que mantém “relacionamento de amizade” com Jair Bolsonaro (sem partido) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente e investigado por fazer parte do “gabinete do ódio”.
Laranjas
O Estadão também teve acesso ao depoimento do vereador Carlos Bolsonaro à Polícia Federal nas investigações do mesmo inquérito.
A polícia investiga se os youtubers repassam a verba angariada por meio dos vídeos a servidores do governo e agentes políticos, atuando como “laranjas”. Questionado pelas autoridades sobre a suspeita, Carlos Bolsonaro negou.
Resposta
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação afirma que a matéria do jornal o Estado de São Paulo “é pura ilação, sem qualquer prova cabível e comprovação documental”. E nega que a Secom ou integrantes do Planalto tenham contribuído “com conteúdos antidemocráticos”.
“Não há gabinete do ódio. Não há um centavo de dinheiro público em sites antidemocráticos. O governo está prestando todos os esclarecimentos às autoridades e confia que a Justiça prevalecerá. Temos convicção que todos os fatos serão esclarecidos em nome da mesma democracia que tanto nos acusam de desrespeitá-la. A verdade vencerá”, diz o comunicado.