Assédio sexual em escola pública do Rio: polícia vai ouvir alunas
Estudantes do Carmela Dutra, em Madureira, zona norte do Rio, acusam dois professores de assédio sexual. Um deles foi afastado
atualizado
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Rio de Janeiro – Após receber denúncias de assédio sexual no Instituto de Educação Carmela Dutra, escola pública em Madureira, na zona norte do Rio, a Polícia Civil quer ouvir as alunas que acusam professores pelo crime.
Responsável pela investigação, o delegado titular da 29ª DP (Madureira), Nelson Nogueira, afirmou ao Extra já ter marcado data e horário para receber as estudantes e ex-estudantes que fizeram as denúncias.
Nesta sexta-feira (25/2), alunas do Carmela Dutra fizeram protestos em frente à escola, e levaram cartazes com dizeres como: “nosso uniforme não é convite” e “a escola é pública, meu corpo não”.
O uniforme do colégio é composto por saia e meias três quartos. Um dos professores acusados foi afastado um dia antes pela Secretaria de Educação, que diz ter instaurado um processo administrativo para investigar o caso.
Em entrevista ao jornal O Globo, a mãe de uma aluna de 15 anos, que entrou na escola no último dia 7/2, para o 1º ano do Ensino Médio, diz que a filha recebeu, na primeira semana de aula, conselhos para que não ficasse a sós com professores e que tomasse cuidado com o comportamento, para não dar “trela”.
Reunião com o corpo estudantil
Na quinta-feira (24/2), uma reunião foi feita com a comunidade escolar e o diretor da unidade, Antônio Futuro, no entanto, segundo as estudantes, o assunto não foi abordado. Para elas, a reunião com a direção foi uma tentativa de enfraquecer o movimento de denúncias.
A página oficial da instituição no Instagram chegou a publicar uma foto do encontro com a legenda:
“Hoje foi dia da Direção dialogar com os alunos, foi uma conversa muito produtiva. Foram esclarecidas dúvidas, problemas foram resolvidos. Que bom contar com essa parceria. Alunos, Direção, responsáveis… Nossos alunos tem voz, todos eles são ouvidos e foi por isso que convocamos a reunião de hoje. Contamos com vocês para uma escola justa, democrática e acima de tudo compreensiva”.
Em resposta à publicação, dezenas de alunas e pais fizeram reclamações sobre a omissão da instituição perante o assunto.
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