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Assassino de menina Beatriz reconhece “monstruosidade” de seu ato

Advogada de assassino que esfaqueou criança com 42 golpes alega que ele estaria arrependido pela “monstruosidade” do crime cometido

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Reprodução/TV Globo
Beatriz Angélica - Caso ocorreu em 2015, em Petrolina, Pernambuco
1 de 1 Beatriz Angélica - Caso ocorreu em 2015, em Petrolina, Pernambuco - Foto: Reprodução/TV Globo

O assassino da menina Beatriz Angélica, de 7 anos, morta com 42 golpes de faca numa escola particular em Petrolina (PE), em 2015, alega que se arrependeu pelo crime cometido. Esta é a versão de Nieja Mônica da Silva, a advogada de Marcelo da Silva, de 40 anos, que, ao longo da investigação, acabou identificado por uma análise de DNA realizada na faca encontrada no tórax da criança.

Em entrevista à TV Globo, nesse sábado (15/1), a defensora declarou que o cliente se arrepende do caso e que ele  gostaria de encontrar com a mãe da criança para se desculpar.

“Ele disse que quer ver a mãe [da menina] para pedir perdão. Porque ele disse que foi uma de uma monstruosidade muito grande e quer pagar pelo que fez. Depois que ele viu o drama da mãe, ele disse que quis contar para aliviar o coração dela, para ficar em paz. Ele usa essa expressão: ‘eu quis aliviar o coração dela para ela ficar em paz. Que realmente o culpado sou eu'”, disse a advogada.

Interesse no caso

Na entrevista, a advogada conta que a interessou pelo caso após ouvir o relato de parentes de Marcelo. Após ser procurada por familiares, ela assumiu a defesa do assassino confesso.

“Como ele é réu confesso, eu estou aqui para fazer com que a lei seja cumprida. O meu compromisso é com o processo. A gente aqui está para defender os direitos. Como ele repetiu as mesmas coisas duas vezes, creio realmente que foi ele quem fez”, declarou.

Marcelo da Silva já cumpre pena por estupro de vulnerável, ameaça e cárcere privado. Ele estava preso desde 2017 no presídio de Salgueiro, no Sertão, e foi transferido para um presídio no Grande Recife na última quinta-feira (13/1).

O homem está em uma “cela disciplina”, sob a vigilância de agentes do Grupo de Operações e Segurança, subordinado à Secretaria de Ressocialização.

Entenda

O assassinato de Beatriz ocorreu na escola em que a irmã da menina estudava, durante uma cerimônia de formatura. A criança estava com os pais e se afastou para pegar água. Depois, foi encontrada morta em um depósito do prédio.

À Secretaria de Defesa Social, o criminoso afirmou ter entrado na escola para pedir dinheiro e matado a criança depois que ela se desesperou ao ver a faca que ele levava consigo. Marcelo desferiu diversas facadas contra Beatriz.

Também em entrevista à TV Globo, a mãe de Beatriz, Lucinha Mota, afirmou que ainda tem dúvidas sobre a dinâmica do crime.

“O resultado da perícia é muito importante para ajudar na solução do inquérito, mas outras perícias precisam ser realizadas. Acho que a polícia precisa investigar mais, apresentar outros elementos para se confirmar a autoria do crime”, afirmou.

Segundo ela, a motivação apontada pela Secretaria de Defesa Social (SDS) “não convence”.

Investigações

Policiais usaram material genético deixado no cabo da faca utilizada no crime. Por meio do DNA, a perícia comparou os resíduos com o perfil do criminoso, já que sua identidade faz parte do Banco Estadual de Perfis Genéticos.

Desde o assassinato, foram realizadas sete perícias e colhidos 442 depoimentos. Além disso, as autoridades policiais analisaram 900 horas de imagens.

O crime ocorreu em 10 de dezembro de 2015. Em dezembro de 2021, familiares da menina realizaram um ato de 23 dias, pedindo justiça pela vida da criança.

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